O sambista campinense, Adoniran Barbosa, batizado com o nome de João Rubinato, cantou certa vez a história de um amor de Mané, seu amigo de infância, que se apaixonou pela mulata Inez. Certo dia, vendo que o candeeiro estava se apagando constantemente, Inez pegou umas moedas e saiu para comprar um pavio, dizendo “Pode me esperar Mané que eu já volto já”. Passaram-se a manhã, a tarde e já anoitecendo e nada de Inez. Mané procurou a namorada em toda a cidade e nada. Até que desiludido voltou para casa e encontrou um bilhete escrito assim: “Pode apagar o fogo mané que eu não volto mais”.
Com os moradores de 13 dos 16 municípios do Estado do Amapá a história não é diferente. A população vive a esperança do retorno da energia elétrica, como Mané que enfrentou as amarguras da incerteza de uma volta que não houve.
Já são 15 dias de apagão. Já imaginou você ficar 15 dias sem luz. Quando muito um rodízio aqui outro acolá? E o que dizem as autoridades? O diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone prometeu “rigor na apuração das causas” que deixaram o estado no escuro, mas não deu muita esperança de quando, efetivamente, a energia elétrica estará totalmente restabelecida no Amapá.
“Nenhum sistema elétrico é infalível, nenhum sistema elétrico é imune a intercorrências. O que nós não podemos aceitar e não vamos, em hipótese alguma, aceitar é negligência. Não vamos apurar somente a causa da falta de energia, como apurar responsabilidade e aplicar punições”, afirmou André Pepitone.
O jogo de empurra, empurra segue indefinido, responsabilidades não são atribuídas, a Justiça já teve de dar três prazos diferentes, exigindo o retorno imediato da luz, mas assim como fez a mulata Inez, a saída é sair para comprar pavio. Desde que volte!
Pense nisso!
Comentários