Opinião

Trocar Pazuello por Marcelo Queiroga no comando do Ministério da Saúde pode ter o mesmo efeito

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Romoaldo de Souza

Publicado em 16/03/2021 às 7:09 | Atualizado em 16/03/2021 às 7:28
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Trocar seis por meia dúzia é o mesmo que não fazer mudanças, assim, numa comparação rasa, analisando o velho ditado popular. Tirar o general Pazuello e colocar o médico paraibano Marcelo Queiroga no comando da Saúde pode ter o mesmo efeito. Sai Pazuello e entra Queiroga e a pandemia segue ganhando força.

“[Ele] tem, no meu entender, tudo para fazer um bom trabalho dando prosseguimento em tudo que Pazuello fez até hoje”, disse o presidente Jair Bolsonaro após a reunião com Queiroga. Mas então, pelo que disse Bolsonaro o novo ministro vai dar “prosseguimento” à maior catástrofe jamais vista no país. Foi sob o comando do general Eduardo Pazuello que os números de infectados e mortos bateram recordes, que a quantidade de leitos hospitalares se reduziu, que a escassez de oxigênio ganhou notoriedade nos hospitais públicos e particulares do país. É com essa premissa que se Marcelo Queiroga seguir ao pé da letra a cartilha de Pazuello o Brasil vai levar anos para sair dessa crise.

Ora, não adianta trocar o ministro da Saúde se o comando da crise continuar sob a tutela do presidente Jair Bolsonaro que dificilmente abriria mão desse protagonismo. Bolsonaro é inseguro, inconstante e autoritário. O presidente repetiu pela enésima vez que ele é o dono da caneta Bic (uma marca popular) e que a última palavra será dele.

E o que faz o presidente? Que mensagens - ainda que contraditórias - Jair Bolsonaro tem emanado? Negacionismo. Para ele, o país não está numa pandemia e a culpa é sempre dos outros - ora do Supremo Tribunal Federal (STF) ora dos governadores dos estados. Mas nunca é dele a responsabilidade pela quantidade de pessoas infectadas, pelo número de mortes.

Que não pareça torcida contra. Que não é! Mas Marcelo Queiroga somente terá êxito no enfrentamento da pandemia se ele ignorar o presidente da República. Só assim terá sucesso na redução das filas nas UTIs, na diminuição do número de infectados e de óbitos e na subida vertiginosamente da quantidade de pessoas vacinadas.

Pense nisso!

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