Senadores acreditam que Luiz Paulo Dominguetti foi plantado na CPI para atrapalhar outras investigações
Senadores inconformados com a história pouco verídica de Luiz Paulo Dominguetti chegaram a acreditar que o cabo da PM era uma espécie de Cavalo de Troia que os governistas levaram à CPI da Covid. Leia a opinião de Romoaldo de Souza
Quem sintonizasse o rádio ontem, para acompanhar o depoimento do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominguetti, precisaria ter em mãos um manual de bons costumes, livros sobre a travessia do gado no Pantanal matogrossense, os poemas épicos A Ilíada e A Odisséia de Homero (928 a.C — 898 a.C), contos da Carochinha e roteiros do extinto programa “Os Trapalhões” com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
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O poeta Almir Sater contou uma vez que quando criança ele foi acompanhar a travessia de uma boiada pelos pântanos do Mato Grosso do Sul e se surpreendeu com a cena de uma vaquinha mirrada, fraca de dá dó, sendo devorada pelas piranhas, enquanto o resto do gado atravessava tranquilamente as áreas alagadas. Ontem, na CPI, os senadores insinuaram que Dominguetti não passava de um boi de piranha em meio à boiada que compra e vende vacina na Esplanada dos Ministérios. Boa parte todas elas superfaturadas.
Outro gênero literário lembrado na comissão foram os poemas de Homero e o episódio do Cavalo de Troia. Segundo o poeta grego, o cavalo, oco por dentro, foi um presente aos troianos como sinal do encerramento da guerra, após nove anos de conflito. “Durante a noite, enquanto todos os troianos dormiam, os soldados gregos que estavam dentro do cavalo de Troia saíram e abriram os portões da cidade para os demais combatentes daGrécia”. A cidade de Troia foi reduzida a cinzas. Senadores inconformados com a história pouco verídica de Luiz Paulo Dominguetti chegaram a acreditar que o cabo da PM era uma espécie de Cavalo de Troia que os governistas levaram à CPI da Covid.
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Mas teve mais lendas. Houve quem lembrasse da frase tantas vezes repetidas durante votações de projetos recheados de temas que não têm nada a ver com o assunto: os jabutis. Um senador advertiu à colega, lembrando o ditado popular que sustenta: “jabuti não sobe em árvore, se está lá, foi mão de gente ou água de enchente”. Querendo dizer que a testemunha [Luiz Paulo Dominguetti] foi plantada na CPI para atrapalhar outras investigações.
Com todo o respeito aos espetáculos de circo, mas essa CPI tem horas que vira um picadeiro.
Pense nisso!