ROMOALDO DE SOUZA

Ingratidão na política: FBC recebeu apenas sete votos na disputa pela vaga de ministro do TCU

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu votos para que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) fosse o escolhido para ser ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Antes da votação, FBC chegou a contabilizar 35 apoios

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Romoaldo de Souza

Publicado em 15/12/2021 às 6:46 | Atualizado em 16/12/2021 às 11:53
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Eu confesso ter ficado compadecido com o caso de Maria Clara, a moça que planejou o aniversário e nenhum dos convidados apareceu. Sabe Maria Clara, mesmo que você não leia minha coluna de hoje, mas eu vou citar Victor Hugo (1802 - 1885), dramaturgo francês, quando ele escreveu o seu brilhante “Os Trabalhadores do Mar”, que diz que uma das característica das pessoas infelizes é a ingratidão. “Os infelizes são ingratos; isso faz parte da infelicidade deles.” E, mesmo que todos os seus convidados tenham encontrado um motivo para não ir a sua festa, bem que poderiam avisar, não é mesmo, Maria Clara?

Agora, não vamos confundir ingratidão de amigos com ingratidão na política. No jogo político, o que nutre as alianças é justamente o sentimento da traição, da promessa não cumprida.

Observe só o que aconteceu ontem, no Senado Federal, Maria Clara! O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu votos para que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) fosse o escolhido para ser ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). FBC chegou a contabilizar 35 apoios. Na abertura das urnas, recebeu somente sete votos. E nem foi votação em urna eletrônica como detesta o presidente.

Perceba, Maria Clara, se os seus amigos viraram as costas para o bolo que você preparou para sua festa, ontem no Senado, o aliados do governo deram um bolo na candidatura de Fernando Bezerra, que perdeu a derradeira chance na vida de ser ministro do TCU. Você pelo menos ainda tem a esperança de uma nova festa.

E a ingratidão dos poderes pesou mais forte, Maria Clara. Muito mais do que a de seus amigos.

Pense nisso!

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