Aumento dos combustíveis caiu no colo de Bolsonaro após presidente se isentar sobre guerra na Ucrânia
Conflito ainda vai causar estragos na economia do Brasil e particularmente na imagem do presidente
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) corre o risco de ser atingido pelo efeito Putin, por ter manifestado solidariedade ao presidente russo [Vladimir Putin] quando esteve em Moscou no mês passado, no Senado, os parlamentares abrem a maleta da bondade, mas alguns benefícios são mera propaganda eleitoral.
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Momentos antes da Petrobras anunciar aumento no diesel de 25%, outros 19% para a gasolina e mais 16% no gás de cozinha, Bolsonaro falou aos seguidores na porta do Alvorada dizendo “Eu não defino preço na Petrobras. Eu não decido nada. Só tomo alguma medida quando tem problema, quando algum problema cai no meu colo." Pois agora caiu, presidente. Caiu porque a guerra que o senhor fez questão de ignorar quando visitou o chefe do país invasor, momentos antes da invasão, ainda vai causar estragos na economia do Brasil e particularmente na sua imagem. Imagem de quem tenta manter isenção como se fosse possível ser isento diante daquilo que o governo russo faz com o povo da Ucrânia.
Mas como a política está cheia de boas intenções, - assim como o inferno, como se diz na linguagem popular - os senadores mostraram nesta quinta-feira que não estão para brincadeira. Querem é ver o circo pegar fogo. Eles aprovaram um projeto que concede vale-gasolina de R$ 300 a motoristas de aplicativos, taxistas, mototaxistas e pilotos de pequenas embarcações.
A justificativa do relator, senador Jean Paul Prates (PT-RN), foi de que “se trata de categorias atingidas diretamente pelas constantes altas dos preços dos combustíveis”, como se os demais trabalhadores estivessem em um país sem inflação, sem corrupção, sem desemprego.
O que os senadores não contaram na hora da votação, para não parecer oportunismo, é que o benefício somente poderá ser pago partir de janeiro de 2023, porque este ano é ano eleitoral e esse tipo de ajuda não pode ser concedida.
Ou seja, os senadores trabalham com um olho no peixe e outro no gato.
Pense nisso!