Brasil assiste a cenas grotescas de corrupção e ninguém faz absolutamente nada
Brasileiros vê se tornar um hábito o desvio do dinheiro público, o suado dinheiro do contribuinte que paga seus tributos em dia
E assim, o Brasil vai se acostumando com a corrupção e vê se tornar um hábito o desvio do dinheiro público, o suado dinheiro do contribuinte que paga seus tributos em dia. Relendo, outro dia, “No Caminho com Maiakóvski”, me recordei de uma frase do escritor fluminense Eduardo Alves da Costa.
“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada”.
Segue o poema: “Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada”.
Agora, vou dar dois exemplos de como as autoridades reduzem a importância das denúncias de corrupção nos seus respectivos governos. Certa vez, o ex-presidente Lula (PT) foi questionado se tinha conhecimento da corrupção na Petrobras, que causou um prejuízo à estatal de R$ 6 bilhões. O petista afirmou: “O senhor acha que, quando seu filho tirou nota baixa da escola ele chega em casa pulando de alegria para contar? Se ele puder, vai tentar esconder até o senhor saber.”
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de erro “por boa fé” as denúncias de cobrança de propina por dois pastores que ele tinha pedido para serem atendidos no Ministério da Educação. “A imprensa fala em sete casos de corrupção no governo. Poxa vida, chegaram a isso? Buscamos fazer a coisa certa e investimos na prevenção, e sempre procuramos se antecipar àqueles que, de vez em quando, até por boa fé, erram.”
Às vezes, o Brasil assiste a cenas tão grotescas e ninguém faz absolutamente nada. Como aquelas que ocorrem no meio de uma feira-livre, quando o gatuno rouba uma banana e sai gritando: “pega ladrão”, e consegue escapar ileso.
Pense nisso!