Romoaldo de Souza

Bolsonaro fez vista grossa no caso da Covaxin; há quem diga que para não espantar aliados

Como se não bastasse, o procurador-geral da República, Augusto Aras, escreveu um relatório dizendo que a função do presidente não inclui obrigações como, por exemplo, comunicar ocorrência de crimes de malversação do dinheiro do cidadão contribuinte

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Romoaldo de Souza

Publicado em 06/04/2022 às 8:30
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Sua excelência, o procurador-geral da República, Augusto Aras, está prestando um desserviço ao cargo que ocupa e fazendo alguns procuradores passarem vergonha diante das últimas tentativas de mandar arquivar uma denúncia contra o presidente da República.

Vamos aos fatos: o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi informado por um deputado federal [Luis Miranda ex-DEM/DF] e um servidor público [Luis Ricardo Miranda] de que havia irregularidades na negociação para a compra da vacina indiana Covaxin, contra a covid-19, no Ministério da Saúde. O presidente fez vista grossa, não mandou investigar nem cobrou providências.

Pois acredite, o procurador-geral da República escreveu um relatório dizendo que a função do presidente não inclui obrigações como, por exemplo, comunicar ocorrência de crimes de malversação do dinheiro do cidadão contribuinte. O processo chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber não aceitou os argumentos do procurador e agora o embate vai ser resolvido pelo plenário do STF.

Imagine o amigo que me acompanha diariamente aqui na coluna a seguinte cena: você está dentro de um ônibus, lotado, um dos passageiros resolve surrupiar o dinheiro do cobrador. O que você faz, ou deveria fazer? Gritar: “pega ladrão”! O que fez o presidente da República? Calou-se. Há quem diga que Bolsonaro não deu um grito para não espantar alguns aliados que tramavam, no Ministério da Saúde, compras superfaturadas, durante a pandemia.

Pense nisso!

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