Romoaldo de Souza

Câmara de gás: enquanto indignação não ganhar as ruas, outros Genivaldos vão virar apenas estatísticas

Genivaldo de Jesus Santos foi asfixiado por agentes da Polícia Rodoviária Federal dentro da viatura policial em Sergipe

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Romoaldo de Souza

Publicado em 27/05/2022 às 8:00 | Atualizado em 27/05/2022 às 8:25
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Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado por agentes da Polícia Rodoviária Federal dentro da viatura policial em Sergipe, é o retrato de um país onde os direitos humanos estão longe de serem um valor universal. Quando muito, o que se fala é que só servem para defender bandido.

Imagine a situação: os policiais param um veículo de luxo, arrancam de dentro o proprietário, colocam na masmorra improvisada, abrem o gás, e o resultado todos sabemos. Qual seria a reação da sociedade?

Então parece que é chegada a hora dessa mesma sociedade, o Congresso Nacional, o Ministério Público, integrantes dos movimentos sociais darem as mãos para cobrar apuração rigorosa.

Dois anos atrás, nessa mesma época, um policial americano sufocou até a morte George Floyd; a revolta foi generalizada e as autoridades se empenharam pela agilidade no processo de investigação.

No Brasil, Genivaldo foi jogado no porta-malas da viatura e o que se viu foram isolados protestos nas redes sociais. Enquanto essa indignação não passar do virtual para o real; enquanto não ganhar as ruas, outros "Genivaldo de Jesus Santos" correm o risco de engrossarem as estatísticas de um país violento.

Pense nisso!

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