Ao não comparecerem a reunião de Bolsonaro, comandantes das Forças Armadas desejam passar mensagem aos eleitores
Convidados à reunião de Bolsonaro com representantes de embaixadas, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica declinaram do convite do Palácio do Planalto numa clara demonstração de que não querem atrelar as tropas ao discurso golpista do presidente da República
Pareceu prudente a decisão dos comandantes das Forças Armadas de não comparecerem à reunião promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), na última segunda-feira (18), quando o chefe do Poder Executivo apresentou a representantes de embaixadas sua mais tosca versão sobre possíveis fraudes nas urnas eletrônicas.
Convidados, o general Marco Antônio Freire Gomes, o almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos, e o tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior declinaram do convite do Palácio do Planalto numa clara demonstração de que não querem atrelar as tropas ao discurso golpista do presidente da República.
Os militares desejam passar a mensagem aos eleitores de que qualquer que seja o candidato vencedor na disputa de outubro, será respeitado como comandante das Forças Armadas, e que, nesse momento de início conturbado do processo eleitoral, quanto mais distante de encrenca, melhor.
Também dos quartéis chegam sinais ao gabinete do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, de que como “funcionário” do governo federal, ele deve evitar falar em nome das Forças Armadas, sobretudo nas infundadas críticas que tem feito ao processo eleitoral.
Oficiais generais da ativa e da reserva têm deixado claro que as Forças Armadas são organizações de Estado, e não de governo e, por essa razão, é melhor manter distância dos arroubos pouco democráticos do presidente Bolsonaro.
Pense nisso!