Lula precisa entender que o cobertor é curto e as pernas dos gastos são longas
Confira a coluna Política em Brasília, por Romoaldo de Souza
Mas afinal, o que foi mesmo que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ontem e que deixou o mercado tão de cabelo em pé? Eu diria, do lado de cá do governo de transição, apenas como quem acompanha os desdobramentos das primeiras movimentações por Brasília, que o futuro presidente desdenhou de um premissa importante que é o equilíbrio das contas públicas.
É bonito, merece aplausos da plateia que está incensando o futuro chefe de governo, mas repetir bordões como investir nessa ou naquela prioridade não são gastos, é equívoco.
Atribuída ao economista norte-americano, Milton Friedman (1912-2006), a frase que deveria soar nos ouvidos de Lula e também da sua equipe econômica e social é: “Não tem almoço de graça”. Alguém vai pagar a conta.
Para ressaltar sua prioridade “messiânica” de erradicar a fome no Brasil, Lula questionou ”por que pessoas são levadas a sofrer para garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas dizem que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso ter teto de gastos? ”Simples, presidente eleito: porque o cobertor é curto e as pernas dos gastos - ou dos investimentos como o senhor prega - são longas. Vai faltar dinheiro, mais cedo ou mais tarde.
Em um país que tem mais de 95% do orçamento comprometido com o financiamento da máquina pública é necessário se equilibrar em menos de 5%. É preciso ser hábil, responsável e ser um bom articulador. Deixemos o discurso de campanha de lado. É hora de pensar em não cometer os surrados erros do passado.
Pense nisso!