Eleições 2022

Em artigo sobre eleição, general da reserva diz que é preciso saber ''ganhar e perder com dignidade''

Em seu texto, o militar também diz que aqueles que venceram o pleito precisam, agora, ter tempo para colocar em prática as propostas que fizeram na campanha

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Renata Monteiro

Publicado em 11/11/2022 às 13:53 | Atualizado em 11/11/2022 às 14:23
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Em artigo publicado pelo Jornal do Commercio nesta sexta-feira (11), o general de Divisão da reserva Otávio Santana do Rêgo Barros, ex-porta-voz da Presidência da República no governo Bolsonaro, critica de forma contundente aqueles que, por não aceitarem o resultado das urnas, têm realizado manifestações em diversas partes do País.

De acordo com o militar, "a eleição acabou dia 30 de outubro e ponto final", portanto não seria racional "a insistência de algumas pessoas em manter acesa uma fogueira de divergências pessoais e políticas a queimar madeira podre e molhada que é difícil de pegar, não aquece e ainda espalha fumaça".

Mais cedo, as Forças Armadas lançaram uma nota na qual reafirmam seu "compromisso irrestrito e inabalável" com a democracia, mas afirma que "não constitui crime […] a manifestação crítica aos poderes constitucionais".

Em seu texto, Rêgo Barros questiona se alguém realmente crê que a história será modificada com "bravatas e gritos", bloqueios de estradas ou acampamentos em frente de quartéis, e diz que não há condições para que esse tipo de movimento antidemocrático ocorra em pleno século 21. "Vira a página, cara!", dispara o general.

"É preciso saber ganhar e perder com dignidade. A disputa eleitoral foi estabelecida sob regras testadas historicamente, consentidas pelos postulantes e partidos, e fiscalizadas por um sem número de interessados. Diferente disso é teoria da conspiração", argumenta, no artigo.

Rêgo Barros segue dizendo que aqueles que venceram o pleito precisam, agora, ter tempo para colocar em prática as propostas de campanha, e projeta que certamente faltará dinheiro para a execução dos projetos, mas "as negociações políticas com o puxa daqui e encolhe dali do orçamento darão forma aos projetos dos futuros governos" e críticas devem ser bem-vindas.

"Os perdedores precisam respirar, cicatrizar as feridas da disputa, tratá-las com elixir de serenidade e recomeçar na conquista de seguidores para a próxima ronda. Deixem a vaidade ao costado, ela lhes asfixia no pensar", pontua o general da reserva.

O militar diz que é chegada a hora de deixar para traz o "nós contra eles" e convida os seus leitores a deixar um pouco de lado a vida virtual e focar no que ele considera verdadeiramente importante, as relações pessoais que ficaram de lado nos últimos anos.

"Largue o celular uma semana e você perceberá que nada perdeu de importante com as discussões digitais dos grupos de trabalho, futebol, família, condomínio. Verá que aquele amigo se afastou por nada, que seu irmão carece de carinho, que seu filho bombou na escola, que seu pai está ficando velho, que você não regou a orquídea que ganhou no último aniversário. Isso sim é importante", diz Rêgo Barros.

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