Diálogo vai prevalecer pelos primeiros meses do governo Lula. Depois disso, serão urgentes sinais aos Estados
Confira a coluna Política em Brasília, por Romoaldo de Souza
Quem se dedicar a fazer uma análise criteriosa no mapa das eleições estaduais vai concluir que dos 27 governadores eleitos, 14 apoiaram o presidente Jair Bolsonaro (PL), 11 o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dois deles ficaram independentes.
Com a vitória do petista, no segundo turno, a maioria se antecipou a saiu em defesa do diálogo, com o objetivo de fortalecer o pacto federativo.
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Em outras palavras, a maioria dos governadores está em lua de mel com os planos de Lula 3.0, independentemente da bandeira ideológica que eles empunharem. Tudo em nome da governabilidade.
Mas a gente sabe e Lula conhece bem desse riscado que passados os primeiros dias da posse (em 1º de janeiro de 2023), o tom de conciliação começa cair por terra quando as principais medidas econômicas foram tomadas.
“Ministeriáveis” que tomam café com Lula, no governo de transição, antecipam que uma das primeiras medidas a serem encaminhadas ao Congresso Nacional é a reforma tributária, mas governadores eleitos como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS) reclamam que Lula não fez sinal para o pacto federativo nem disse, ainda, como pretende tratar o necessário ajuste de contas com os governos estaduais e as compensações com perdas na arrecadação após medidas do governo Bolsonaro para reduzir o preço da gasolina.
O clima de diálogo vai prevalecer pelos primeiros meses. Isso é mais do que certo. Depois disso, serão urgentes sinais de Brasília para os estados de que o novo governo tem mais a oferecer do que uma xícara de café bom, coisa rara na sede do poder central.
Pense nisso!