Cada detento custa em média R$ 1,2 mil por mês em Pernambuco

Publicado em 06/01/2017 às 9:40
Pernambuco conta atualmente com população de cerca de 30 mil detentos. Foto: ONG Human Rights Watch/Divulgação
FOTO: Pernambuco conta atualmente com população de cerca de 30 mil detentos. Foto: ONG Human Rights Watch/Divulgação
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Pernambuco conta atualmente com população de cerca de 30 mil detentos. Foto: ONG Human Rights Watch/Divulgação Pernambuco conta atualmente com população de cerca de 30 mil detentos. Foto: ONG Human Rights Watch/Divulgação Por mês, cada um dos cerca de 30 mil detentos do sistema prisional de Pernambuco custa, em média, R$ 1,2 mil para os cofres públicos. O valor é cerca de três vezes menor que o pago no Amazonas, onde foi registrado, no início da semana, uma rebelião e um massacre que resultou na morte de 56 detentos. "Hoje pagamos 1.200 reais por preso. Disso aí para menos, porque temos uma população carcerária muito grande. E por que temos uma população carcerária muito grande? Porque nós prendemos bandidos", afirmou o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, em entrevista ao programa Por Dentro com Cardinot, da TV Jornal. Ainda segundo o secretário, não há possibilidade de o sistema carcerário de Pernambuco ser terceirizado. Eurico afirmou que já houve uma proposta, mas que um custo é muito alto e não foi aceita. Denúncias Relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, órgão federal ligado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos, apontou que o Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, (um dos mais populosos da América Latina) é dominado pelos detentos. Segundo a denúncia encaminhada ao Governo do Estado, há um agente penitenciário para cada 30 presos, quando o ideal seria que cada agente cuidasse de no máximo cinco detentos. O relatório denuncia que os agentes penitenciários têm acesso restrito dentro dos presídios, limitando-se praticamente a só entrar na área administrativa. Atualmente há mais de sete mil presos no complexo prisional, em um espaço onde só cabem pouco mais de 1.800. O domínio é tão grande que muitos dos criminosos, mesmo atrás das grades, continuam liderando quadrilhas envolvidas com tráfico de drogas e homicídios. No final do mês passado, a polícia civil desarticulou pelo menos três grupos. Relatório divulgado no mês passado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou várias outras denúncias, como superlotação e falta de assistência à saúde dos presos. Cenas de tortura e violência também são comuns, segundo o relatório. Mortes Pernambuco foi o segundo estado com o maior número de mortes de detentos no ano passado. Oficialmente foram 43 assassinatos dentro dos muros dos presídios. O estado só perdeu para o Ceará que registrou 50 mortes.

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