Beatriz foi morta com 42 facadas em colégio particular de Petrolina. Crime continua sob mistério. Foto: Arquivo Pessoal
As investigações do assassinato da menina Beatriz Mota, de 7 anos, em Petrolina, vivem mais um momento de turbulência. Três promotores de Justiça pediram para sair da
força-tarefa criada pelo Ministério Público de Pernambuco para elucidar o caso. A decisão foi anunciada na semana passada à Procuradoria Geral de Justiça, que já designou novos profissionais para acompanharem as investigações. A mudança aconteceu ao mesmo tempo em que a
Secretaria de Defesa Social anunciou a saída da delegada Gleide Ângelo do caso. Ela foi substituída por Polyanna Néry - a quarta delegada a assumir o inquérito do crime, que completa dois anos no próximo dia 10 de dezembro.
A força-tarefa do MPPE foi criada em junho do ano passado para ajudar nas investigações. Desde então, promotores se debruçaram em longos depoimentos e provas colhidas pela polícia para contribuir com estratégias para montar o quebra-cabeça e descobrir quem foi o verdadeiro assassino de Beatriz, a motivação do crime e se houve mandante. Na época, inclusive, um dos promotores chegou a declarar que o homicídio poderia ser um crime de cunho religioso, ou seja, para atingir o colégio particular onde a menina foi morta durante uma festa de formatura.
Deixaram a força-tarefa os promotores Rosane Moreira Cavalcanti, Júlio César Soares Lira, Lauriney Reis Lopes. Eles foram substituídos por Fernando Latta Camargo e Érico de Oliveira Santos. O único que permanece no grupo desde o início é o promotor Bruno de Brito.
PROVAS
Imagem do suspeito de assassinar Beatriz Mota, de 7 anos, dentro de colégio. Foto: Reprodução/Polícia Civil
As mudanças no Caso Beatriz acontecem cerca de duas semanas após os pais da criança se reunirem com o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, para cobrar mais empenho da Polícia Civil na condução das investigações. Eles fizeram críticas ao fato de o comando do inquérito estar nas mãos de uma delegada que vive no Recife, e não em Petrolina, onde a tragédia aconteceu.
A morte de Beatriz completa dois anos no próximo dia 10 de dezembro. Apesar de a Polícia Civil contar com a imagem de um suspeito que aparece com uma faca na frente do colégio, onde a menina foi morta, ainda não foi possível identificar quem era aquele homem. Segundo a gestora de Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, 96 homens com características físicas semelhantes ao do
rapaz que aparece na imagem ou com alguma suspeita de participação no crime já passaram por exames de DNA, mas o confronto do material genético deu negativo para todos eles.
SUSPEITOS
No final de outubro, a Polícia Militar prender um homem suspeito de um homicídio e ao afirmar que ele apresentava semelhanças físicas com o suspeito de matar a menina em Petrolina. A Polícia Científica colheu material genético dele para exames. O resultado ainda não foi divulgado. Mas, como mostrou o
Ronda JC, o
homem não poderia ter praticado o crime pois naquele 10 de dezembro de 2015 ele estava preso por tráfico de drogas na Cadeia Pública de Santa Maria da Boa Vista. A prisão aconteceu oito dias antes do homicídio e ele só teve o relaxamento autorizado pela Justiça em maio do ano seguinte.
O CASO
O corpo de Beatriz Motta foi encontrado com várias lesões provocadas por faca dentro de uma sala isolada no colégio particular onde ela estudava. Acontecia uma festa de formatura e a instituição estava bastante movimentada, mas nenhuma testemunha disse ter visto o crime. A Polícia Civil ainda não conseguiu identificar o autor e nem esclareceu à sociedade qual a motivação do homicídio. Segundo as investigações, com base no depoimento de testemunhas, o suspeito teria tentado se aproximar de outras duas crianças antes de chegar até Beatriz.
LEIA TAMBÉM
Caso Itambé: PMs ainda não foram punidos
Polícia Civil de PE quer negociar delação premiada com traficantes e homicidas
MPPE vai cobrar delegacias da Mulher abertas 24 horas. E sempre com delegados