Promessa é de concursos anuais para aumentar efetivo da PM e da Polícia Civil. Foto: JC Imagem/Arquivo
Apesar da promessa do Governo de Pernambuco, os concursos anuais para compor os efetivos das polícias Civil e Militar ainda estão indefinidos. Não há previsão de quando eles serão realizados, nem foi escolhida, por exemplo, a banca examinadora. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), o assunto "está em discussão na Secretaria de Administração, responsável pela política de recursos humanos".
Em outubro do ano passado, o governador Paulo Câmara chegou a anunciar que, já a partir de 2018, seriam abertas anualmente seleções para acabar de vez com o déficit de efetivo policial. A meta é de 500 vagas para a PM e mais 500 para a Polícia Civil.
Enquanto isso não acontece, novas turmas de policiais estão prestes a se formar. A previsão é de que no mês que vem 1.283 policiais civis (agentes e delegados) e científicos (peritos, auxiliares e médicos legistas) comecem a atuar na segurança do Estado. Destes, 850 são civis. Já a segunda turma da PM deve se formar em abril. Serão 1.322 policiais nas ruas.
O reforço - com atraso - vai minimizar a insegurança nas ruas e também o
alto número de delegacias fechadas à noite e nos fins de semana por falta de efetivo. Assunto bastante denunciado neste espaço. Se não bastam os delegados precisarem se desdobrar para dar conta de tantas investigações, acumulando a titularidade de duas ou até três delegacias, a população também sofre com as dificuldades de prestar queixa e receberem a assistência devida.
HOMICÍDIOS
Homicídios em alta: primeira chacina de 2018 já foi registrada em Pernambuco. Foto: Diego Nigro/JC Imagem
O reforço de efetivo também é uma necessidade urgente para frear o avanço da violência. Nos primeiros sete dias deste ano, segundo levantamento da Rádio Jornal, quase 100 homicídios já foram contabilizados. Na noite desse domingo (07), a primeira chacina do ano foi registrada. Quatro homens foram executados com tiros na cabeça em um conjunto residencial no bairro de Vila Rica, em Jaboatão dos Guararapes. Em quase todos os dias desse início do ano, mulheres também foram mortas da capital ao Sertão. Entre as motivações estão os feminicídios ou tráfico de drogas.
De acordo com os dados prévios, entre a madrugada do dia 1º às primeiras horas desta segunda-feira (08), pelo menos 91 pessoas foram assassinadas. Destas, 51 foram na Região Metropolitana do Recife e 40 no Interior. A média é de 13 mortes por dia. Somente no primeiro fim de semana do ano, 37 homicídios foram registrados, sendo 22 na RMR e 15 no Interior.
No ano passado,
cerca de 5,5 mil homicídios foram registrados. O número é o maior da história do programa de segurança Pacto pela Vida, que está próximo de completar 11 anos. Na semana passada,
o Governo do Estado anunciou a volta do conselho de segurança, com participação popular, para discutir a violência.
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