Polícia Civil não reabre investigação do Caso Betinho

Publicado em 04/04/2018 às 7:30 | Atualizado em 04/04/2018 às 7:43
Professor do colégio Agnes foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava, no Centro do Recife
FOTO: Professor do colégio Agnes foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava, no Centro do Recife
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Professor do colégio Agnes foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava, no Centro do Recife Prestes a completar três anos, o assassinato do professor José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, de 49 anos, continua cercado de dúvidas. Há dois meses, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou à Justiça o pedido para que um dos acusados do crime, o estudante Ademário Dantas, seja absolvido sumariamente por falta de provas. Também solicitou que a Polícia Civil criasse uma força-tarefa e retomasse as investigações do caso. No entanto, até agora o pedido não foi acatado. E os culpados pelo crime bárbaro seguem sem punição. Ainda em 2015, meses após o homicídio registrado no apartamento de Betinho, no Centro do Recife, a polícia indiciou dois suspeitos, ambos estudantes do colégio onde a vítima trabalhava. Isso porque uma perícia do Instituto de Identificação Tavares Buril identificou digitais dos rapazes no imóvel. Os resultados dos laudos foram contestados na Justiça pela defesa dos estudantes. A Polícia Federal e o Instituto de Criminalística Estadual fizeram novos exames nas digitais. Descobriu-se que a digital atribuída ao Ademário, na verdade era do próprio Betinho. Por isso, o MPPE pediu a absolvição dele. A PF também afirmou que a outra digital não era do segundo suspeito. Diante das dúvidas, a promotora de Justiça Dalva Cabral solicitou que a Polícia Civil reabrisse a investigação do caso. Nos autos do processo, ela destaca que um amigo do professor Betinho, ouvido pela polícia na época, é uma peça-chave para esclarecer o crime, porque ele conhecia a rotina da vítima e pode, inclusive, esclarecer as pessoas que tinham contato e repassavam drogas para a vítima. Constam nos autos do processo que ele sequer foi investigado, apesar de a polícia ter conhecimento de que o rapaz frequentava a residência de Betinho para fazer sexo e consumir drogas. Desde a última segunda-feira (2), o Ronda JC tenta insistentemente contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil de Pernambuco para esclarecer o porquê de as investigações não terem sido retomadas, mas nenhuma resposta foi dada sobre o assunto. A assessoria, inclusive, sequer soube informar se a Polícia Civil foi oficializada formalmente sobre o pedido do MPPE. A Justiça ainda vai decidir sobre o pedido do Ministério Público para que o estudante Ademário seja absolvido. Já o processo relacionado ao outro suspeito segue sob sigilo na Vara da Infância e Juventude, pois na época do fato ele era menor de 18 anos. O CRIME O professor Betinho, que morava sozinho, foi encontrado morto e amarrado nos pés e no pescoço, com fios de eletrodomésticos. A perícia apontou que ele morreu devido a golpes de ferro de passar na cabeça. O crime aconteceu em 16 de maio de 2015. Supostas digitais do então adolescente foram encontradas em um ferro de passar, mas isso também está sendo contestado pela defesa. O inquérito policial foi conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). LEIA TAMBÉM Caso Betinho: ‘Esperamos que a Justiça absolva meu filho’, afirma pai de acusado Júri popular dos Canibais de Garanhuns pode ser adiado Em 11 anos, quase 35 mil pessoas foram mortas por arma de fogo em Pernambuco TJPE marca júri popular para acusado de assassinar a estudante Maria Alice

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