Corpo de médico foi encontrado dentro de poço em condomínio de luxo em Aldeia. Foto: Facebook/Reprodução
Menos de 24 horas após os restos mortais do
médico cardiologista Denirson Paes da Silva serem encontrados dentro de um poço num condomínio de luxo em Aldeia, Camaragibe, a Polícia Civil já tem uma linha de investigação. Em sigilo, policiais disseram que o crime foi premeditado.
Segundo relatos à policia, existiam fortes conflitos entre o médico e um filho. Os investigadores também trabalham com a hipótese de disputa pelo patrimônio da família, envolvendo a esposa e o cardiologista - pois eles estariam em processo de separação.
A mulher do médico, que é farmacêutica, e um filho, que é engenheiro, foram levados para a Delegacia de Camaragibe. Na noite dessa quarta-feira (04), eles prestaram depoimento à polícia mas negaram qualquer participação no crime. Eles foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver.
Como a pena máxima é inferior a quatro anos, a delegada Cármen Lúcia arbitrou fiança no valor de R$ 954 mil para que eles pudessem responder ao processo em liberdade. Eles não pagaram a quantia e foram encaminhados para audiência de custódia no Fórum de Jaboatão dos Guararapes.
LIBERDADE
Durante a audiência, o juiz plantonista Otávio Ribeiro Pimentel decidiu que a mãe e o filho vão responder ao processo por ocultação de cadáver em liberdade, mas com algumas restrições como não sair da Região Metropolitana do Recife por mais de 15 dias, não deixar o País e também se apresentar mensalmente à Justiça. Não foi arbitrada fiança.
Confira nota oficial do Tribunal de Justiça de Pernambuco:
"O juiz Otávio Ribeiro Pimentel concedeu alvará de soltura com aplicação de medidas cautelares para Jussara Rodrigues da Silva Paes e Danilo Paes, no Fórum de Jaboatão dos Guararapes. As medidas cautelares são: comparecer mensalmente na sede do juízo competente para informar o endereço residencial atualizado; não se ausentar da Região Metropolitana, por mais de 15 dias, sem prévia comunicação ao Juízo Competente; entregar os respectivos passaportes ao Juízo competente, no prazo de cinco dias úteis, contados da chegada do expediente no juízo natural. Segundo o juiz ainda, nenhuma medida protetiva de urgência havia sido decretada antes contra eles. Para o magistrado, “mais adequada foi a imposição de medida que busque garantir a permanência dos autuados na Região Metropolitana do Recife e impedir que os autuados eventualmente saiam do país. Ainda segundo o juiz, os autuados ainda não foram condenados por outro crime doloso, com sentença transitada em julgado, que seria um pré-requisito para decretar a prisão preventiva."
MANDADO DE PRISÃO
Antes de mãe e filho deixarem o Fórum de Jaboatão dos Guararapes, eles foram surpreendidos por um mandado de prisão temporária expedida pela Comarca de Camaragibe a pedido da Polícia Civil. Eles devem ficar presos por 30 dias. A mulher segue para a Colônia Penal Feminina. Já o filho vai seguir para Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
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