Filho de médico morto em Aldeia enviou áudio fazendo apelo para a mãe

Publicado em 31/08/2018 às 7:09 | Atualizado em 31/08/2018 às 12:30
Jussara Paes e o filho mais velho do casal são acusados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução
FOTO: Jussara Paes e o filho mais velho do casal são acusados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução
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Esposa e filho mais velho foram indiciados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução Durante interrogatório no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, o engenheiro Danilo Rodrigues Paes, suspeito de matar o pai, o médico Denirson Paes da Silva, 54, pediu à delegada Carmen Lúcia para enviar um áudio para a mãe. O rapaz fez um apelo para que a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, também suspeita do crime, contasse a verdade para a polícia. "Por favor, mãe, acaba com isso pelo amor de Deus, e me ajuda. Eu imploro. A senhora sabe que eu não participei de nada", disse Danilo. A transcrição do áudio consta na conclusão do inquérito que investigou a morte do médico, cujo corpo foi encontrado dentro de um poço em um condomínio de luxo onde a família vivia, em Aldeia. Jussara e Danilo foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e por ocultação de cadáver. Eles estão presos temporariamente, mas a Delegacia de Camaragibe já solicitou à Justiça a prisão preventiva dos suspeitos. Em conversa gravada pela polícia, Danilo Paes também fez um desabafo. "Ou ela assume o que ela fez, ou a desgraça vai ser completa. E ela tem que dizer se foi ela. Porque, mãe, eu preciso da minha vida de volta. Preciso da minha vida. Eu imploro. Eu rezo a Deus. Eu tô participando dos cultos lá. Deus, o que é que eu fiz pra estar aqui, meu Deus. Por favor, que se esclareça isso, que volte minha vida. Eu sou uma pessoa tão boa...", disse. Para a delegada Carmen Lúcia, o áudio enviado por Danilo deixou "nas entrelinhas que ambos têm conhecimento do fato". A delegada destaca ainda que levou o áudio para Jussara na Colônia Penal Feminina, mas que a mesma se negou a ouvir o conteúdo enviado pelo filho do casal. RELACIONAMENTO EXTRACONJUGAL Nesta sexta-feira (31), a Polícia Civil de Pernambuco realiza uma coletiva de imprensa para dar mais detalhes sobre a conclusão das investigações. Uma das novas informações é que o médico mantinha um relacionamento extraconjugal há cinco anos ininterruptos. A Polícia Civil confirmou o fato por meio de fotos íntimas encontradas no notebook da vítima. A mulher envolvida com Denirson prestou depoimento e confirmou tudo. No dia em que médico foi morto, esposa teve acesso à foto da amante dele Segundo a polícia, o fim do casamento entre Jussara e o médico, além de questões financeiras e o relacionamento extraconjugal foram determinantes para a prática do crime.  Na conclusão do inquérito, os investigadores da Delegacia de Camaragibe pontuaram que o assassinato com requintes de crueldade foi praticado apenas por Jussara e por Danilo. Os policiais descartaram que uma terceira pessoa tenha participado do crime, como foi cogitado na época em que os restos mortais foram encontrados dentro de um poço, em 4 de julho deste ano. Entre as provas colhidas pela Polícia Civil para concluir as investigações, houve a quebra de sigilo de dados do telefone de Jussara e de Danilo. A autorização foi dada pela juíza Marília Falcone Gomes, da Comarca de Camaragibe. A defesa dos suspeitos também solicitou acesso a esse conteúdo. A perícia do Instituto de Criminalística apontou, na semana passada, que o médico foi morto com uma pancada na cabeça seguida de esganadura. A informação sobre as lesões no crânio da vítima, que deram início à dinâmica do assassinato, foi antecipada pelo Ronda JC. ACOMPANHE A COBERTURA DO CASO: Após desaparecimento de médico, residência passou por dedetização Prisão da esposa e filho do médico não é ilegal, afirma desembargador Médico e esposa tinham brigas constantes por causa de dinheiro, diz testemunha Morte em Aldeia: corpo não foi queimado, aponta perícia 69% dos homicídios registrados em Pernambuco em 2017 não foram esclarecidos

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