Ex-secretário Milton Coelho é indiciado por desvio de dinheiro público

Publicado em 20/09/2018 às 14:48 | Atualizado em 20/09/2018 às 18:22
Milton Coelho (PSB) é ex-secretário de Administração do governo Paulo Câmara. Foto: Guga Matos/JC Imagem
FOTO: Milton Coelho (PSB) é ex-secretário de Administração do governo Paulo Câmara. Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Milton Coelho (PSB) é ex-secretário de Administração do governo Paulo Câmara. Foto: Guga Matos/JC Imagem A Polícia Civil de Pernambuco confirmou, nesta quinta-feira (20), que o ex-secretário estadual de Administração Milton Coelho (PSB) foi indiciado pelo crime de peculato, ou seja, desvio de dinheiro público. Ele é suspeito de envolvimento num esquema de funcionários fantasmas na Secretaria Estadual de Administração. De acordo com a delegada Patrícia Domingos, outras três pessoas, que seriam funcionários fantasmas, foram indiciadas pelo mesmo crime. "Todos os quatro foram ouvidos durante as investigações e negaram, mas as investigações comprovaram o crime durante a gestão dele", afirmou a delegada. Milton Coelho foi secretário da pasta, no governo Paulo Câmara, entre dezembro de 2015 e abril deste ano, quando deixou o cargo para concorrer a uma vaga de deputado federal. Milton Coelho já foi presidente estadual do PSB e também vice-prefeito do Recife. As investigações da Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) começaram no início deste ano. No entanto, como Coelho tinha foro especial por prerrogativa de função, a delegada Patrícia Domingos solicitou ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) autorização para dar continuidade ao inquérito. Antes mesmo da decisão judicial, ele pediu exoneração da secretaria e perdeu o foro. Segundo o Código Penal Brasileiro, a pena para o crime de peculato é de dois a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa arbitrada pela Justiça. Em nota, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) confirmou que a conclusão das investigações já está sob análise da Central de Inquéritos da Capital. Disse ainda "que não pode repassar mais informações sobre o procedimento criminal porque ele está classificado como sigiloso". Por telefone, Milton Coelho se defendeu das acusações da polícia. "A investigação começou após uma notícia anônima de que uma jornalista nomeada no meu gabinete não trabalhava. Ela é funcionária de carreira há 32 anos. A jornalista foi ouvida e informou as condições de trabalho dela. A delegada então pediu a relação dos meus funcionários. E disse que eu tinha três funcionários fantasmas. A delegada está sendo leviana, agindo por motivações políticas", afirmou. O ex-secretário disse que vai denunciar a delegada ao Ministério Público. "Não há nenhuma prova que aponte que eu cometi peculato. Ela não me ouviu. Não cabe a um secretário conferir o ponto de ninguém. Tenho 32 anos de serviços públicos, e nunca respondi nenhum processo", completou. GOVERNO SE NEGA A COMENTAR O CASO Há dois dias o Ronda JC tenta insistentemente um posicionamento da Secretaria de Defesa Social (SDS) sobre a conclusão das investigações. Por se tratar do indiciamento de um ex-secretário do governador Paulo Câmara, a assessoria se negou a responder os e-mails enviados. A assessoria da Secretaria Estadual de Administração também se negou a enviar um posicionamento. OUTRAS INVESTIGAÇÕES Gestores do Governo do Estado tiveram os seus nomes envolvidos em várias investigações no ano passado. Em novembro, a Polícia Federal de Pernambuco deflagrou a Operação Torrentes para prender empresários e gestores da Secretaria da Casa Militar suspeitos de desvio de verbas públicas destinadas às vítimas das enchentes na Mata Sul do Estado em 2010 e 2017. O processo já está na Justiça Federal. Em junho daquele ano, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu as investigações sobre um esquema de corrupção que supostamente envolvia empresários de ônibus, o Batalhão de Polícia Rodoviária e um então gestor do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE). Um tenente-coronel do BPRv e um chefe de fiscalização do órgão foram indiciados por corrupção passiva.

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