PROCESSO

Justiça condena médico acusado de estupro na UPA da Imbiribeira

Profissional foi condenado a uma pena de 12 anos e dez meses de prisão em regime fechado

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 05/02/2019 às 9:30 | Atualizado em 14/07/2022 às 18:43
Médico Kid Nélio ainda responde a outros processos por crimes sexuais praticados contra pacientes. Foto: JC Imagem/Arquivo
FOTO: Médico Kid Nélio ainda responde a outros processos por crimes sexuais praticados contra pacientes. Foto: JC Imagem/Arquivo
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A Justiça condenou a 12 anos e dez meses de prisão o médico ortopedista e traumatologista Kid Nélio Souza de Melo, de 36 anos, pelo crime de estupro. O processo é referente à denúncia de uma mulher que disse ter sido abusada durante atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, em 21 de fevereiro do ano passado.

Após quase um ano, a Décima Sétima Vara Criminal da Capital decidiu que o médico é culpado pelo crime. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a condenação diz respeito ao estupro praticado contra a vítima na UPA da Imbiribeira e contra outra vítima que prestou queixa contra o médico após a primeira denúncia vir à tona.

Detalhes da sentença não podem ser divulgados porque o processo está sob sigilo. A defesa de Kid Nélio afirmou que deve recorrer da decisão condenatória. "Estou aguardando ser intimado para ler a sentença", afirmou o advogado Sanderson Rodrigues.

Kid Nélio é réu em pelo menos mais quatro processos, segundo apuração do Ronda JC.

Nas denúncias enviadas pelo Ministério Público à Justiça, o médico é acusado de cometer o crime de violação sexual mediante fraude, quando o abuso é praticado por meios que impeçam ou dificultem a vítima de se defender. A pena varia de dois a seis anos de prisão.

O médico Kid Nélio está preso desde março de 2018, em cumprimento de mandado de prisão preventiva.

Após a primeira vítima denunciar o caso à polícia e o episódio ser divulgado pela imprensa, várias mulheres procuraram a delegacia para prestar queixa contra o acusado.

No total, segundo a Polícia Civil de Pernambuco, 11 inquéritos foram instaurados para apurar supostos crimes sexuais praticados pelo ortopedista - alguns dos casos registrados em hospitais particulares do Recife.

No dia em que foi preso, o acusado afirmou, em depoimento à polícia, que teve relação sexual consentida com duas pacientes. Também negou que tenha estuprado as outras mulheres que o denunciaram. Além dos processos por crimes sexuais, o médico também responde a processos na Justiça por supostos erros médicos.

ESTATÍSTICAS

Entre os anos de 2007 e 2017, a Polícia Civil de Pernambuco investigou 21 médicos suspeitos de crimes de estupro, no exercício da profissão. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Do total de casos, seis foram registrados no Recife. 

Dos 21 médicos investigados por estupro, três foram considerados como suspeitos pela polícia. Os outros profissionais foram apontados como autores do crime.

Do total de médicos, quatro foram investigados por estupro de vulnerável (quando as vítimas são menores de 14 anos ou, por qualquer outra causa, eram pessoas que não podiam oferecer resistência).

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