Polícia Civil gasta R$ 5 milhões por ano com aluguel de delegacias

Publicado em 18/02/2019 às 8:00 | Atualizado em 28/04/2019 às 20:34
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Vítimas procuraram o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), na Zona Oeste da capital - FOTO: JC Imagem/Arquivo
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Só o Depatri, que abriga quatro delegacias, gasta R$ 1,4 milhão por ano. Foto: JC Imagem/Arquivo Apesar da antiga promessa de diminuir as despesas com aluguéis de delegacias, a Polícia Civil de Pernambuco continua gastando cifras milionárias anualmente. No total, 111 imóveis estão alugados no Estado. Somados, custam R$ 411.339,15 aos cofres públicos todos os meses. Isso significa que quase R$ 5 milhões são gastos por ano. Os dados foram obtidos pelo Ronda JC por meio da Lei de Acesso à Informação. No bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, fica o imóvel mais caro pago pela Polícia Civil. O Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) - que abriga as delegacias de Roubo e Furtos, Roubo e Furto de Veículos, Roubo de Cargas e a de Repressão ao Estelionato - custa mensalmente R$ 114.856. Ou seja, quase R$ 1,4 milhão por ano. O valor do aluguel do Depatri aumentou quase R$ 300 mil anuais na gestão do delegado Joselito Kehrle. Até 2017, o pagamento mensal custava R$ 96,8 mil. O Complexo Policial do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, também apresenta um alto valor no aluguel. Por mês, são gastos R$ 39,6 mil. No terreno funcionam a delegacia seccional e duas especializadas: a DP da Mulher e uma unidade do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Ambas, no entanto, são alvos de críticas da população, já que só funcionam de segunda à sexta, das 8h às 18h. À noite e nos fins de semana, moradores do município precisam se deslocar ao Recife para conseguir atendimento. O depósito de bens apreendidos pela Polícia Civil também custa caro ao Estado: R$ 21 mil por mês (R$ 252 mil por ano). Em dezembro do ano passado, reportagem do Ronda JC mostrou que a Polícia Civil firmou contrato, com dispensa de licitação, no valor de R$ 516 mil pelo aluguel de um imóvel no bairro do Torreão, no Recife. O terreno, que pertence a um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), vai abrigar as delegacias seccional e de circunscrição do Espinheiro. O contrato foi assinado pelo subchefe da Polícia Civil, Nehemias Falcão. No mesmo mês, um levantamento do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) denunciou que pelo menos 14 imóveis alugados estavam com os pagamentos atrasados. Em São José do Egito, no Sertão, por exemplo, a Justiça determinou que o imóvel fosse desocupado já que houve descumprimento do contrato. DELEGACIAS SEM DELEGADOS Um ano após a posse de quase 140 delegados, a Polícia Civil de Pernambuco ainda enfrenta dificuldades para manter todas as delegacias com titulares. Levantamento obtido pelo Ronda JC, por meio da Lei de Acesso à Informação, revela que 29 delegacias não contam com delegados titulares, o que dificulta as investigações e conclusão de inquéritos em andamento. O maior problema está nos municípios do Interior de Pernambuco. Cidades como Ferreiros, Jaqueira, Belém de Maria, São Benedito do Sul, Lagoa do Ouro, Solidão, Calumbi e Afrânio não têm delegado à frente das investigações. No total, são 17 municípios sem o profissional da segurança. Cidades como Inajá, Verdejante e Santa Maria da Boa Vista também não contam com delegados titulares. Mas, para diminuir os prejuízos à população, que está refém do medo, a Polícia Civil determinou que delegados de outros municípios acumulem as delegacias. Na prática, há mais de dez profissionais que trabalham em dois municípios, por exemplo. LEIA TAMBÉM Policial investigado após denunciar que as delegacias estão fechadas à noite

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