Quase 95% dos assaltos nas ruas não são solucionados pela polícia de PE

Publicado em 18/03/2019 às 7:21 | Atualizado em 18/03/2019 às 7:38
Polícia tem desafio de aumentar taxa de resolução de assaltos no Estado. Foto: JC Imagem/Arquivo
FOTO: Polícia tem desafio de aumentar taxa de resolução de assaltos no Estado. Foto: JC Imagem/Arquivo
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Polícia tem desafio de aumentar taxa de resolução de assaltos no Estado. Foto: JC Imagem/Arquivo Mais de 182 mil assaltos nas ruas de Pernambuco foram registrados nos dois últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS). Apesar do alto número de roubos e furtos a pedestres, a taxa de crimes investigados e esclarecidos pela Polícia Civil ainda é bem abaixo do esperada. Do total de inquéritos abertos pelas delegacias do Estado, entre os anos de 2017 e 2018, a polícia só conseguiu solucionar menos de 10 mil. Desta forma, quase 95% das investigações estão sem solução. Em 2017, ano em que Pernambuco contabilizou um recorde da violência, houve 98.712 roubos e furtos a pedestres. Mas a polícia só conseguiu resolver 4.939 casos - ou seja, 5%. No ano passado, o número dessa modalidade criminosa teve uma queda: 83.679 ocorrências registradas nas delegacias. A polícia solucionou 4.883 inquéritos - ou seja, 6% do total. A média da taxa de resolução nos dois anos foi de 5,4%. As estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS) foram obtidas pelo Ronda JC por meio da Lei de Acesso à Informação. No Centro do Recife, assaltos a transeuntes são comuns e frequentemente denunciados à polícia. Em junho do ano passado, um atendente de telemarketing de 26 anos seguia para o trabalho, logo cedo, quando foi abordado por um criminoso perto da Praça da Independência. A vítima tentou fugir, mas acabou levando uma facada no peito. Ele sobreviveu, mas o assaltante conseguiu fugir. Na época, um inquérito foi instaurado, mas o crime ficou sem punição. Vale lembrar que crimes mais simples como furtos de celulares, relógios ou joias muitas vezes não são registrados pelas vítimas nas delegacias porque muitas dizem acreditar que a polícia não vai investigá-los. A subnotificação, no entanto, gera mais impunidade e também não contribui com o trabalho da Polícia Militar, que fica sem dados para mapear os pontos mais vulneráveis e, consequentemente, reforçar a segurança. TURISTAS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS Nas praias de Boa Viagem e do Pina, na Zona Sul do Recife, onde há maior concentração de turistas, os assaltos desafiam a polícia. Na semana passada, o delegado Erivaldo Guerra revelou que investiga uma onda de roubos nas localidades. As vítimas são todas turistas. Na tarde da quinta-feira (14), um casal vindo de São Paulo foi assaltado na orla. Uma das vítimas, um motorista autônomo de 58 anos, teve o braço esfaqueado pelo assaltante. Ele contou que estava fotografando jangadas quando três criminosos armados com facas fizeram a abordagem. Um suspeito foi preso, mas dois seguem foragidos. LEIA TAMBÉM Impunidade: Mais da metade dos homicídios em Pernambuco está sem solução

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