Em última entrevista, Albérisson Carlos cobrou mais policiamento nas ruas de Pernambuco
Presidente da Associação de Cabos e Soldados foi morto a tiros na noite desta quarta-feira (16)
Há menos de um mês, o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos, assassinado na noite desta quarta-feira (16), concedeu entrevista à coluna Ronda JC. Na ocasião, ele cobrou mais policiamento nas ruas do Estado para garantir a segurança da população e dos próprios PMs.
"A contratação dos novos militares é bem-vinda. Mas não é suficiente, não supre nem de longe o necessário para a segurança da população. As cidades precisam de mais policiamento, principalmente no interior. Há localidades com quatro, cinco policiais para dar segurança a toda população. Eles estão vulneráveis. Isso sem contar que muitos estão afastados por problemas de saúde por causa da sobrecarga de trabalho", afirmou, em 25 de janeiro deste ano.
A entrevista abordou a formatura de 740 policiais militares. Os novos PMs se juntaram a outros 15.799 que já fazem parte da ativa, segundo dados atualizados em novembro de 2021 no Portal da Transparência.
O Estado deveria contar com, no mínimo, 26.865 policiais militares - levando em consideração o tamanho estimado da população pernambucana. Mas o número está bem distante da realidade. Há uma falta de mais de 10 mil membros. Por isso, a cobrança feita por Albérisson.
ASSASSINATO
O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos, foi assassinado a tiros por volta das 18h30, no bairro da Madalena, no Recife. De acordo com as informações de testemunhas, ele havia acabado de deixar a sede da entidade, localizada na Rua Carlos Gomes, e estava indo pegar o carro, na Rua Ricardo Salazar, quando foi surpreendido por pelo menos quatro homens armados, que já foram atirando nele.
Os assassinos estavam em um carro branco e em uma moto, bem perto de onde estava estacionado o veículo da vítima. A Polícia Civil acredita que já o aguardavam. O ex-PM foi atingido na cabeça, costas e abdômen. Depois dos tiros, o grupo fugiu.
Albérisson foi socorrido e encaminhado para o Hospital da Restauração, na área central da capital. O óbito foi confirmado pouco depois.
Equipes do plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Instituto de Criminalística permaneceram por horas no local realizando perícias e colhendo informações. Também procuraram imagens de câmeras de segurança de prédios próximos para ajudar a entender a dinâmica do crime.
"Só havia uma perfuração de bala no capô do carro da vítima. E manchas de sangue. Ele não chegou a entrar no veículo", explicou o perito criminal Tadeu Cruz, responsável pela perícia preliminar. Cruz disse ainda que nenhum projétil foi encontrado no local.
Fontes ouvidas pelo JC apontam para a hipótese de crime político. Além de comandar a associação há anos, Albérisson tentou, por várias vezes, ingressar na carreira política. A polícia prefere, neste primeiro momento, não descartar nenhuma linha de investigação.
Pelo Twitter, o governador Paulo Câmara se pronunciou. "Determinei ao secretário de Defesa Social, Humberto Freire, todo o rigor na investigação do assassinato. (...) Esperamos identificar e punir os responsáveis o mais rápido possível."
O QUE DIZ A SDS
A Secretaria de Defesa Social informa que as forças de segurança estão atuando de forma integrada e com máximo empenho na investigação do assassinato de Albérisson Carlos da Silva. Por volta das 18h30 desta quarta-feira (16), ele foi vítima de disparos de arma de fogo, na Rua Ricardo Salazar, na Madalena, Recife. Foi socorrido para o Hospital da Restauração, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e faleceu na unidade de saúde.
Logo após o crime, as polícias Militar, Científica e Civil deslocaram-se para o local, realizando os procedimentos de isolamento, perícias e diligências. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está responsável pelas investigações, e não haverá descanso até a elucidação do crime, assim como a responsabilização penal de seus autores. A Polícia Militar, por meio de unidades de área e especializadas, está envolvida nos trabalhos.
A SDS e suas operativas solidarizam-se com familiares, colegas de trabalho e amigos de Albérisson Carlos neste momento de dor e perda. E reforçam que todo o esforço será feito no sentido de esclarecer o homicídio e levar responsáveis ao sistema de justiça criminal.