CASO FLORDELIS: relembre o assassinato do pastor Anderson do Carmo e acompanhe o julgamento de Flordelis
O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros em 2019. O julgamento da pastora e ex-deputada Flordelis, acusada de ser a mandante do crime, acontece no Rio de Janeiro
Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo
Acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, a pastora e ex-deputada federal Flordelis, 61 anos, está sendo julgada no Tribunal do Júri de Niterói, no Rio de Janeiro. Relembre o crime, ocorrido em 2019, e veja as últimas informações sobre o julgamento de Flordelis:
O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros logo após chegar na casa da família, em Pendotiba, na região metropolitana do Rio de Janeiro, na noite de 16 de junho de 2019. Inicialmente, Flordelis chegou a dizer que era uma tentativa de assalto, mas as investigações indicaram que se tratava de homicídio.
Anderson do Carmo chegou a ser socorrido para o Hospital Niterói D'Or, mas morreu. O pastor tinha 42 anos.
Em denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que Flordelis foi responsável por "arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio". Ela também teria financiado a compra da arma e avisado a chegada da vítima no local em que foi executada.
Ainda de acordo com oo MPRJ, a motivação do crime seria o fato de o pastor Anderson do Carmo "manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família".
A pastora nega a acusação.
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Acompanhe o julgamento de Flordelis
O julgamento de Flordelis começou nessa segunda-feira (7), no Tribunal do Júri de Niterói. Seis pessoas já foram condenadas no caso.
Flordelis responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Além de Flordelis, serão julgadas na mesma sessão outras quatro pessoas. São elas:
- Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada
- Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, acusada pelos mesmos crimes de Marzy
- Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada
- André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, acusado de uso de documento falso e associação criminosa armada
O julgamento deve se estender até a quinta-feira (10).
A primeira testemunha a ser ouvida foi a delegada Bárbara Lomba, responsável pelas investigações do assassinato do pastor Anderson do Carmo.
A policial disse que provas do crime teriam sido queimadas no quintal da casa onde a família morava.
Segundo Lomba, os policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, onde era lotada à época do crime, encontraram apenas cinzas no terreno da casa da família durante as buscas por pistas do assassinato.
A delegada também contou que os celulares da vítima, da ex-parlamentar e de Flávio dos Santos, filho biológico da ex-parlamentar, autor dos disparos contra Anderson, desapareceram.
Nesta terça (8), segundo dia de julgamento, o policial civil Tiago Vaz de Souza afirmou em depoimento que a família de Flordelis era "rachada em facções".
O agente disse ainda que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso.
"Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio", afirmou o policial.
O policial afirmou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a "primeira geração". De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o "racha" entre os filhos.
O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói.