Por Michael Mathes, da AFP
Um funcionário do Walmart matou seis pessoas a tiros em uma loja repleta de clientes antes de cometer suicídio – disse a polícia nesta quarta-feira (23), no segundo tiroteio em massa do país em quatro dias.
Outras quatro pessoas permaneciam hospitalizadas em condições desconhecidas após o tiroteio de terça-feira à noite no Walmart de Chesapeake, no estado da Virgínia (leste), afirmou o chefe de polícia Mark Solesky.
Acredita-se que o homem armado morreu de uma "ferida de bala autoinfligida", afirmou Solesky em coletiva de imprensa, acrescentando que o motivo do ataque ainda é desconhecido.
Cometido dois dias antes do Dia de Ação de Graças, o feriado familiar americano celebrado em 24 de novembro este ano, o ataque a tiros ocorreu depois de outro evento com arma de fogo, no fim de semana, em um clube LGBTQIA+ no Colorado (oeste), que deixou cinco mortos.
Também foi o segundo tiroteio em massa no estado da Virgínia este mês: três estudantes da Universidade da Virgínia que jogavam em seu time de futebol foram assassinados em 13 de novembro por um colega de classe depois de uma excursão.
As primeiras ligações para os serviços de emergência após o ataque do Walmart chegaram pouco depois das 22h de terça-feira (00h00 de quarta-feira no horário de Brasília), enquanto a loja ainda estava aberta.
Os oficiais chegaram em dois minutos e entraram no supermercado, segundo Solesky.
A imprensa americana informou que o homem armado abriu fogo em uma sala onde os funcionários descansam para comer, mas o chefe de polícia não confirmou essa informação.
Nas horas seguintes ao ataque, imagens dos noticiários mostravam uma grande presença policial ao redor do Walmart, que está a cerca de 240 quilômetros ao sudeste da capital americana, Washington, D.C.
- "Sem sentido" -
Nesta quarta (23), o presidente Joe Biden condenou o ataque, "mais um ato de violência horrível e sem sentido".
"Agora há mais famílias que conhecem o pior tipo de perda e dor imaginável", completou.
Em um comunicado, o Walmart, maior rede varejista dos Estados Unidos, afirmou que está "chocado com o trágico acontecimento".
"Estamos rezando pelos afetados, pela comunidade e por nossos associados. Estamos trabalhando em estreita colaboração com as forças de segurança e estamos concentrados em apoiar nossos colaboradores", acrescenta a nota da empresa.
A senadora democrata Louise Lucas, do estado da Virgínia, disse estar "com o coração partido".
"Não vou descansar até que encontremos soluções para acabar com esta epidemia de violência com armas em nosso país, que já tirou tantas vidas", escreveu no Twitter.
"Tragicamente, nossa comunidade sofre outro incidente de violência armada sem sentido, justamente no momento em que as famílias se reúnem para o Dia de Ação de Graças", tuitou o congressista Bobby Scott, que representa o estado da Virgínia.
Ataque a tiros em boate LGBTQIA+
No último sábado (19), um homem armado abriu fogo dentro de uma boate LGBTQIA+ em Colorado Springs (oeste).
O ataque terminou em cinco mortos e 18 feridos.
O atirador, identificado como Anderson Lee Aldrich, 25 anos, foi rendido por dois clientes. Ele enfrenta acusações de assassinato e possível crime de ódio.
Este tipo de crime é entendido nos Estados Unidos como um ato direcionado contra uma pessoa com base em sua identidade, o que pode incluir raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, ou deficiência. Considerado um crime federal com circunstâncias agravantes, pode resultar em penas mais severas.
A violência com armas de fogo prossegue em um ritmo alarmante nos Estados Unidos, país que registrou mais de 600 tiroteios em 2022, segundo a organização Gun Violence Archive.
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