Veja mitos e verdade sobre uso da máscara caseira e saiba se ela protege do novo coronavírus

Uso de máscaras pode ter sido valioso em países que adotaram o uso da peça e conseguiram controlar o número de casos do novo coronavírus

Publicado em 01/04/2020 às 23:53 | Atualizado em 09/09/2024 às 8:16

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem mostrado preocupação com a difícil situação para se adquirir insumos básicos de proteção contra o novo coronavírus e recomendou, nesta quarta-feira (1º), à população que faça a própria máscara de proteção, com pano e elástico, e deixe de comprar as opções descartáveis. “Máscaras de pano para a população funcionam muito bem como barreira. Não é caro de fazer, faz você mesmo e lava com água sanitária", disse Mandetta, que sugeriu cada pessoa ter quatro ou cinco máscaras desse tipo. “Precisamos criar as nossas armas (de proteção contra o vírus), e serão aquelas que tivermos."

Apesar de não existirem estudos científicos que comprovem a relação entre o uso de máscaras e a prevenção de covid-19, o uso desse acessório pode ter sido valioso em áreas (Hong Kong, Mongólia, Coreia do Sul e Taiwan) que adotaram o uso da peça e conseguiram controlar o número de casos da doença.

No meio médico e sanitário, há controvérsias sobre o uso da máscara. Pessoas sem sintomas respiratórios, como tosse, não precisam usar máscara médica, segundo a a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade recomenda o uso do produto para pessoas com sintomas de covid-19 e para aqueles que cuidam de indivíduos com sintomas, como tosse e febre. O uso de máscaras estaria, então, indicado apenas para os profissionais de saúde e as pessoas que cuidam de alguém (em casa ou em um estabelecimento de saúde). Para a OMS, o essencial é o uso racional de máscaras médicas, a fim de evitar o desperdício desnecessário do equipamento de proteção.

Sobre o assunto, o pneumologista Murilo Guimarães diz que é favorável ao uso das máscaras, inclusive aquelas de confecção caseira, que estão em alta devido à falta do produto no mercado. “Precisamos pensar que a entrada do coronavírus acontece por via respiratória. Infelizmente esqueceram a importância desse tipo de proteção. É bom orientar que as máscaras não oferecem 100% de defesa, não são perfeitas em todos os casos. Mas garantem uma boa proteção. Qualquer tipo vai oferecer, seja cirúrgica ou feita com tecido”, destaca Murilo.

O pneumologista ainda acrescentou que o uso do produto faz diferença tanto para quem está doente quanto para quem não apresenta sintomas respiratórios. “Podemos imaginar uma pessoa que não tem coronavírus. Se ela estiver de máscara junto de alguém que espirrar, não receberá um jato forte do vírus”, frisou Murilo.

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