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Coronavírus: 76% dos diagnósticos em Pernambuco são de pacientes graves

Dos 3.999 casos confirmados da infecção pelo novo coronavírus no Estado, 3.041 correspondem a pacientes que evoluíram de forma grave

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 24/04/2020 às 18:52 | Atualizado em 24/04/2020 às 20:45
BOBBY FABISAK/ACERVO JC IMAGEM
No início da pandemia de covid-19, em março de 2020, foi feita uma mobilização para a abertura do hospital, que entrou em operação em menos de 60 dias - FOTO: BOBBY FABISAK/ACERVO JC IMAGEM

Pela primeira vez, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) apresentou ontem um detalhamento dos dados epidemiológicos da covid-19 em relação à severidade da doença. Por determinação do Ministério da Saúde, desde o último dia 14, os casos leves da doença passaram a ser notificados em um novo sistema de registro. Com isso, no Estado, dos 3.999 casos confirmados da infecção pelo novo coronavírus, 3.041 (76%) correspondem a pacientes que evoluíram de forma grave. São pessoas que se enquadram no diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave (srag), condição que exige internamento e pode ser causada pela covid-19 e outros tipos de infecções, como as gripes. Os demais (958 casos; 24%) são de pessoas que apresentaram sintomas leves da doença.

Os dados de Pernambuco revelam-se diferentemente do que tem mostrado a literatura científica mundial. No Estado, há mais casos graves do que leves/moderados. Levantamentos realizados em diversos países atingidos pela covid-19, antes do Brasil, mostram que a maioria dos infectados é assintomática ou apresenta sinais de leves a moderados (80% de todos os casos, em média), que geralmente não exigem internação.

Mas o que explicaria essa diferença? O Estado, desde o início das notificações do novo coronavírus, tem uma estratégia de testagem que prioriza casos severos de insuficiência respiratória. Ou seja, até agora, a maior parte dos testes de covid-19 foi feita em pessoas que evoluíram gravemente. Em Pernambuco, os profissionais de saúde são a fatia que, independentemente da intensidade dos sintomas sugestivos de covid-19, é submetida à testagem. Por inferência, então, eles seriam maioria entre os casos leves detectados no Estado.

Até agora, 1.353 profissionais de saúde (representam 34% entre todos os casos confirmados em Pernambuco) foram diagnosticados laboratorialmente com a doença. Outros 905 foram descartados. As testagens abrangem os trabalhadores de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada. O Estado foi o primeiro do País a criar um protocolo para testar os profissionais da área.

Dos 3.999 pacientes que tiveram diagnóstico confirmado de covid-19 até agora no Estado, 1.857 estão em isolamento domiciliar e 630 internados, sendo 176 em unidade de terapia (UTI) e 454 em leitos de enfermaria nas redes pública e privada. Além disso, 202 pacientes já se recuperaram da doença. Até agora, os casos confirmados estão distribuídos por 102 municípios pernambucanos, além do Arquipélago de Fernando de Noronha, da ocorrência de pacientes em outros Estados e países. 

Óbitos

Também foram confirmadas laboratorialmente 40 novas mortes (sendo 20 homens e 20 mulheres), de pessoas residentes nos municípios de Agrestina (1), Belo Jardim (1), Caruaru (1), Glória do Goita (1), Igarassu (2), Jaboatão dos Guararapes (8), Olinda (3), Panelas (1), Paulista (3), Quixaba (1), Recife (14), São Lourenço da Mata (1), Trindade (1) e Vitória de Santo Antão (2). 

Os pacientes que foram a óbito tinham entre 27 anos e 94 anos. Eles faleceram entre os dias 15 e 23 de abril. As faixas etárias dessas pessoas são: 20 a 29 (1), 40 a 49 (3), 50 a 59 (4), 60 a 69 (8), 70 a 79 (15), 80 ou mais (9). Com isso, sobe para 352 o número de óbitos pela covid-19 em Pernambuco. 

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