A primeira vítima fatal da covid-19 em Pernambuco foi um homem de 85 anos, morador do Recife, que tinha diabetes, hipertensão e cardiopatia isquêmica. Neste sábado (25), exatamente um mês que ele foi a óbito, percebemos que o perfil de pacientes de risco e de mortes vem mudando. Nesta manhã, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou que já são 381 óbitos confirmados pela doença. Os números detalhados serão divulgados no boletim geralmente divulgado no início da noite. No Estado, até a sexta-feira (24), entre os 352 óbitos confirmados pela doença, é fato que a maioria (71,5%) faz parte da faixa etária a partir dos 60 anos e que muitos viveram com doenças crônicas antes de se infectar pelo novo coronavírus. Mas diariamente tem se tornado, cada vez mais frequente, maior o número de vítimas fora do grupo de idosos e de comorbidades.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que, das mortes por covid-19, ainda não conseguiu concluir o levantamento para identificar quantas apresentam pelo menos um fator de risco. Por faixa etária, o boletim divulgado na sexta-feira (24) mostra que 28,5% das mortes eram de pessoas com menos de 60 anos, representando quase um terço do total de óbitos por covid-19.

Ainda em relação ao perfil de vítimas da doença em Pernambuco, percebe-se que há pacientes que morrem e não apresentam doenças crônicas. Na sexta-feira (24), um dia em que o Estado alcançou mais um recorde diário óbitos pelo novo coronavírus (40 ao todo), mais da metade (55%) não tinham, pelo menos até o dia da morte, histórico de comorbidades e estão sendo investigadas.

Também após um mês do primeiro óbito por covid-19, Pernambuco passou a fazer parte das estatísticas dos locais onde há registro de mortes de bebês, crianças e adolescentes em decorrência do novo coronavírus. Na faixa etária pediátrica (até os 19 anos), já foram confirmadas quatro mortes no Estado. Entre os óbitos, um bebê de 7 meses, que morava no Recife, tinha síndrome de Down, hipertensão pulmonar e cardiopatia congênita, corrigida no último mês de fevereiro. De acordo com relato da família, ele apresentou febre, tosse e cansaço, recebeu assistência em unidade de terapia intensiva (UTI), foi entubado, utilizou antibióticos e hidroxicoloroquina. Mas evoluiu para um quadro de choque séptico e foi a óbito.

“Por trás de cada número (de casos e mortes) que anunciamos, tem uma vida; um sofrimento familiar. Para nós, também é uma infelicidade estar falando sobre esses dados todos os dias", relata o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.