O secretário André Longo anunciou, nesta quinta-feira (17), a abertura de dez novos leitos de terapia intensiva (UTI) destinados a crianças e adolescentes que apresentam quadros de síndrome respiratória aguda grave (srag), com suspeita ou confirmação da infecção pelo novo coronavírus. As novas vagas estão na Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda, no Grande Recife. "Diante da necessidade de reforçar a assistência ao público pediátrico, os leitos, antes voltados para adultos, estão sendo readequados e convertidos, dentro do nosso planejamento, o que vai nos dar ainda mais segurança no plano de convivência”, disse o secretário.
A partir desta quinta-feira, os dez leitos de UTI já estão reservados para o acolhimento de crianças que precisam de assistência médica. A iniciativa faz parte do planejamento de ampliação e assistência ao público infantojuvenil que apresenta sintomas respiratórios de forma mais aguda e que precisa de internamento hospitalar no Estado. Também na Brites de Albuquerque, nesta sexta-feira (18), outros dez leitos de enfermaria que atendiam o público adulto também mudarão de perfil para atendimento pediátrico. Até o fim de setembro, mais 20 leitos (sendo dez de enfermaria e dez de UTI) também estarão habilitados para crianças com sintomas gripais, totalizando 40 leitos.
Atualmente Pernambuco tem mais de 100 leitos pediátricos e neonatais, sendo mais de 40 de UTI. A ocupação média dessas vagas está em 62%. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também informa que mantém a busca ativa de leitos em toda a rede e em unidades conveniadas para encaminhamentos de seus pacientes, atendendo às especificidades de quadro clínico. Antes das vagas no Hospital de Referência, em Olinda, já haviam sido abertos dez leitos de UTI neonatal no Imip e mais dez leitos de UTI pediátrica, além de 17 de enfermaria para crianças no Hospital Barão de Lucena.
Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica
Na quarta-feira (16), a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) atualizou os dados da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) - condição que acomete crianças e adolescentes e que está associado à covid-19. Segundo a SES, foi confirmado o segundo óbito de menina de 1 ano e 11 meses, moradora do Recife, que faleceu no início de agosto.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SES) informou que recebeu a notificação da morte da criança na terça-feira (15). A menina tinha asma e, no dia 18 de julho, começou a apresentar febre, tosse, baixa produção de urina, falta de ar e saturação abaixo de 95%. "Ela deu entrada em um hospital público estadual, no dia 22 de julho, com quadro de insuficiência renal e chiado na respiração, sendo internada na UTI no mesmo dia. O resultado do exame RT-PCR deu positivo para covid-19. A criança evoluiu para o óbito no dia 6 de agosto", diz, em nota, a Sesau.
A primeira morte por SIM-P foi confirmada, pela SES, no dia 25 de agosto: uma menina de 11 anos, que morava na capital pernambucana, foi a óbito em 24 de junho. Segundo a Sesau, ela deu entrada num hospital público estadual em 23 de junho e faleceu no dia seguinte (24/6). Não chegou a ser internada em leito de unidade de terapia intensiva (UTI). Ainda de acordo com a Sesau, a menina não tinha histórico de doença preexistente.
O boletim da SES desta quarta-feira (16) também destaca que, até o momento, Pernambuco contabiliza 18 casos da síndrome. Entre eles, além dos dois óbitos, 16 já evoluíram para a recuperação e alta hospitalar. Todos tiveram resultado positivo para o novo coronavírus.
Do total de casos, 16 são de Pernambuco: Recife (5 - entre eles, 2 óbitos), Caruaru (2), Ipojuca (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Goiana(1), Sirinhaém (1), Joaquim Nabuco (1), Limoeiro (1), Timbaúba (1), Flores (1),Santa Cruz do Capibaribe (1). Há outros dois casos de outros Estados (Alagoas e Piauí), mas que procuraram atendimento médico em Pernambuco.
A notificação da síndrome foi instituída no início deste mês de agosto, e os serviços de saúde, além de atentos para ocorrência de casos novos, estão resgatando ocorrências desde o começo da pandemia. Dos casos registrados até o momento, oito são meninos e dez meninas, com idades de 1 a 13 anos.
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