Em reunião remota, na tarde desta quarta-feira (14), com os secretários estaduais e representantes da Fiocruz e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde informou que a previsão da pasta é anunciar o Plano Nacional para Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 em novembro, inclusive com a análise dos grupos mais susceptíveis para o agravamento da doença, que serão o público prioritário para receber a vacina assim que ela estiver disponível. "A ideia é que se tenha um rigoroso controle da aplicação das doses do imunizante, com rastreio de toda a população vacinada", informou o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, em coletiva de imprensa transmitida pela internet nesta quarta-feira (14). Ele também acrescentou que a expectativa é que o Brasil tenha disponibilidade de doses em dezembro deste ano e janeiro de 2021, com o aguardo do registro da Anvisa para que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibilize as vacinas para os Estados. Entre as que se mostram promissoras até então, duas estão no radar brasileiro: a da Universidade de Oxford com Fiocruz (ofertada pelo laboratório AstraZeneca) e a Sinovac com o Instituto Butantan.
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"Há a perspectiva de, no caso da Fiocruz, se ter disponibilidade de 15 milhões de doses, em média, em cada mês do primeiro semestre de 2021. Então, estamos falando em 100 milhões de doses nesse período. Há um processo de transferência de tecnologia de Oxford, da AstraZeneca, para a Fiocruz. Isso deve permitir que o princípio ativo seja nacionalizado no decorrer do primeiro semestre do ano", destacou Longo. O secretário também frisou que existe uma expectativa de a Ficruz de ter os estudos de fase três prontos no próximo mês para ser iniciado o processo de aprovação junto à Anvisa. "O esperado é que, até fevereiro, seja feito o registro para se começar o processo de imunização." Ainda de acordo com o secretário, a iniciativa de São Paulo, através do Instituto Butantan com a indústria chinesa, prevê para dezembro a disponibilidade de, pelo menos, 46 milhões de doses. "Isso tudo deve passar pela aquisição do ministério através do PNI. Pode-se ter disponibilidade da vacina, mas efetivamente terá que passar pelo registro da Anvisa", esclareceu.
No último dia 8, em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde informou que a distribuição da vacina contra covid-19 seguirá todos os fluxos já estabelecidos entre os três entes federativos para a proteção da população. O governo federal também garantiu que fará a aquisição de 300 milhões de seringas e agulhas para os Estados e municípios, como parte das ações de vacinação contra a doença. "As notícias (que foram apresentadas durante a reunião com o ministério) são promissoras e apontam para uma perspectiva para o começo do ano que vem termos disponibilidade dessas vacinas, a depender do prosseguir dos estudos que ainda acontecem, em fase três, em especial das iniciativas da Fiocruz e do Butantan. Estamos acompanhando o processo, através do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), no decorrer das próximas semanas", disse André Longo.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 38 mil pessoas estão envolvidas em protocolos de vacinas. As candidatas a imunizante em fases mais avançadas no País, envolvendo um maior número de pessoas são a ChAdOx1 n-CoV-19, da Universidade de Oxford/AstraZeneca, em fase três de estudo e envolvendo 10 mil pessoas, e a CoronaVac, da Sinovac/Instituto Butantan, também em fase três, com participação de 8.860 brasileiros. Além delas, também segundo o governo federal, despontam a BNT162, da Pfizer/ BioNtech/Wyeth, em fase três envolvendo 5 mil pessoas voluntárias no País, e a Ad26.COV2.S, da Janssen, em fase três com 7.560 brasileiros.
O Plano Nacional para Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 está em fase de elaboração pela Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério, que contará com o assessoramento de um grupo de trabalho ligado a uma câmara técnica formada por várias secretarias da pasta, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pela Fiocruz, Anvisa e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), como também por especialistas, sociedades médicas, conselhos de classe e universidades, entre outros representantes, que têm a tarefa de auxiliar no desenvolvimento dos dez eixos que incluirão a definição dos grupos prioritários, a atualização dos estudos das vacinas contra a covid-19 e a operacionalização da estratégia de vacinação, além de temas afins.
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