Ao confirmar 1.094 novas ocorrências da covid-19, nesta sexta-feira (4), Pernambuco completou sete dias com a média móvel de casos da doença em tendência de alta. O indicador chegou a 1.261, apresentando um aumento de 88% em relação a duas semanas atrás. A porcentagem vinha em tendência de estabilidade de 24 ao 27 de novembro, mas voltou a disparar no sábado (28). Calculada pela soma de registros da última semana dividido por sete, a média móvel é a maneira mais efetiva de se medir o avanço da pandemia. A última vez que ela tinha estado tão alta foi no dia 4 de agosto, quando estava em 1.308.
Este é, também, o quarto dia seguido que o número de casos está acima de mil. O informe divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse que, dos novos casos confirmados, 49 (4,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.045 (95,5%) são leves. Com isso, Pernambuco soma 188.132 notificações da doença, sendo 28.216 graves e 159.916 leves.
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Ainda foram confirmados 21 óbitos, ocorridos entre os dias 16 de julho e 02 de dezembro, totalizando 9.119 vítimas fatais da doença. A média móvel de mortes voltou à tendência de estabilidade nesta terça, com uma variação de 14% em relação a 14 dias atrás. Só é considerado em tendência de alta ou queda quando a porcentagem é igual ou maior que 16%, para baixo ou para cima.
A alta no número de casos acendeu o alerta do governo estadual. Nessa quinta-feira (3), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, anunciou o aumento de 27% em casos graves da covid-19 em todas as regiões exceto o Sertão, na comparação com os 15 dias anteriores. Tal alta "não ocorria já há algum tempo", segundo ele.
Os dados fizeram com que o Estado optasse por não liberar, por ora, a realização de eventos corporativos, sociais e culturais com capacidade acima de 300 pessoas, conforme o esperado para o Plano de Convivência com a Covid-19. A expectativa inicial era de que essas atividades fossem permitidas a partir do dia 1º de dezembro.
Se o cronograma não vai avançar, tampouco irá retroceder. Apesar de reconhecer o aumento nos registros da doença, a gestão não vê indícios suficientes de uma segunda onda de infecções no Estado e aponta resultado exitoso na aplicação do plano, inclusive em relação aos resultados econômicos.
"Até agora, as oscilações não configuram uma segunda onda, mas merecem a atenção e o reforço na adoção dos cuidados por parte de todos. Vamos continuar monitorando os dados com transparência e não iremos nos furtar a tomar medidas mais rígidas caso os adoecimentos e casos graves apresentem uma tendência clara e permanente de crescimento", explicou.
Pernambuco não vai fazer compra direta da vacina
Na mesma coletiva de imprensa, o secretário também descartou que Pernambuco tenha intenção de fazer uma compra direta junto a laboratórios que estão produzindo vacinas contra a covid-19. Ele argumentou que o Brasil possui um Programa Nacional de Imunizações que é referência mundial, e disse estar confiante de que a universalidade na distribuição da vacina com todos os brasileiros será respeitada pelo governo federal.
"Nós não vemos necessidade de aquisições pontuais de vacina. Acreditamos que o acesso será equânime para todos os Estados, sem preponderar interesses políticos nesse processo", afirmou André Longo.
O secretário lembrou que ainda não há nenhum imunizante aprovado pela Anvisa, mas a expectativa é que as primeiras doses estejam sendo distribuídas a partir de fevereiro do próximo ano. Ele argumentou que Pernambuco tem se destacado no cenário nacional pela logística para distribuição e aplicação de vacinas nos programas de imunização que já existem.
"Somos o Estado com melhor índice de alcance de crianças na vacinação contra a poliomielite. Já temos uma larga experiência nessa área, o que nos ajudará no processo de imunização contra a covid", destacou.
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