Em coletiva nessa quinta-feira (10), o governo de Pernambuco confirmou o acréscimo de mais 12 casos suspeitos de reinfecção da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Com isso, os casos chegam a 22 no Estado. O número anterior era 10 e foi divulgado no dia 25 de novembro pelo próprio governo. Ou seja, em 15 dias, o dado mais do que dobrou.
A atualização dos registros suspeitos no Estado foram divulgados no mesmo dia em que o País confirmou o primeiro caso de reinfecção. O registro foi em Natal, capital do Rio Grande do Norte.
"Nesse momento já fomos notificados de 22 possíveis casos de reinfecção. Desse total, 5 amostras foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas e outras três seguem hoje (ontem), totalizando oito. Sendo quatro do Recife, dois de Olinda, um de Exu e um de Santa Cruz. Outras nove estão em análise do Lacem. São das cidades de Caruaru (2), Recife (2), Água Preta (1), Fernando de Noronha (1), Palmares (1), Paulista (1) e São José do Egito (1). Também foram descartados cinco casos que não se enquadraram em análise preliminar feita aqui", disse o secretário de Saúde André Longo, em coletiva pela internet.
Longo ainda explicou os critérios para considerar a suspeita de reinfecção por covid-19. "O padrão é dois RT-PCR com intervalo mínimo de 90 dias, ou seja, 90 dias ou mais. Essas amostras precisam estar disponíveis no laboratório, onde foi positivo. Elas são retestadas e é feito o sequenciamento genético do vírus. Para caracterizar reinfecção é preciso ter duas linhagens diferentes do vírus. Claro que é de se esperar que uma pessoa que testou duas vezes para o coronavírus comunique ao município para que seja investigada a reinfecção. Para além da reinfecção existe a reativação viral. É preciso considerar essas variáveis e fazer investigação adequada para ter a confirmação ou não. E essa comunicação será sempre do Ministério da Saúde. Hoje temos apenas o caso do Rio Grande do Norte. Os casos de Pernambuco seguem em investigação", pontuou o secretário.
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Covid-19 em Pernambuco
Nessa quinta-feira (10), Pernambuco chegou a dez dias seguidos com média móvel de casos do novo coronavírus acima de mil. Com 1.588 novos casos confirmados pela Secretaria Estadual de Saúdes (SES-PE) nas últimas 24 horas, o Estado atingiu a média de 1.154, na qual tendência de alta atingiu 62%.
No balanço divulgado, foram contabilizadas mais 29 mortes por covid, totalizando 2.229 vidas perdidas para a doença em Pernambuco.
A média móvel é considerada o índice ideal para medir o avanço da pandemia em um local. Ela contabiliza a média dos últimos sete dias (contando com hoje) e compara com 14 dias atrás. Variações acima de 15%, seja para mais ou menos, indicam tendência de alta ou queda respectivamente. Já abaixo disso, indica estabilidade.
UTIs
Pernambuco anunciou ainda a ampliação de mais 199 novos leitos destinados a pacientes diagnosticados com covid-19 até o final deste mês de dezembro. Desse total, 96 vagas serão de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), que até esta quarta-feira (9) estava com uma taxa de ocupação no Estado de 86%.
Pelo menos, 50 desses leitos de UTI serão abertos no interior do Estado, para as cidades de Caruaru, Serra Talhada, Petrolina e Araripina. Entre as unidades de saúde beneficiadas estão o Hospital Mestre Vitalino, Hospital Eduardo Campos e a Upa E, de Petrolina.
"Esses novos leitos já começarão a funcionar a partir da próxima semana. Desde novembro, iniciamos a ampliação da rede, considerando o aumento crescente de casos. Dependendo dos novos números, ao longo dos próximos dias, essa ampliação pode ser ainda maior. É importante destacar que estamos vigilantes e acompanhando com muita atenção a evolução dos casos", afirmou o secretário Estadual de Saúdo, André Longo.
Sobre a possível reabertura de hospitais de campanha, o secretário afirmou que, no momento, essa hipótese continua descartada. "Como o próprio nome diz, essa é uma estrutura que tem um caráter emergencial. Isso fez sentido para o período de pico da pandemia, notadamente os meses de maio e junho. Mas agora estamos fazendo a ampliação usando a própria rede hospitalar já existente", destacou, afirmando, no entanto, que essa decisão poderá ser revista mais adiante, caso se mostre necessário.
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