André Longo diz esperar que novo ministro da Saúde tenha autonomia para ouvir a ciência
Declaração foi feita em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal, um dia após anúncio da substituição de Pazuello
O Secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, disse na manhã desta terça-feira (16) esperar que o novo ministro da Saúde, o médico paraibano Marcelo Queiroga, tenha "autonomia necessária para ouvir a ciência". A declaração foi dada em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal. O médico substitui o general Eduardo Pazuello e se torna o quarto comandante da pasta desde o início da pandemia.
Marcelo foi escolhido novo ministro nessa segunda-feira (15) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Queiroga é paraibano, formado em medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desde 1988 e concluiu a residência médica no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, em 1992.
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"Eu conheço bem o doutor Marcelo Queiroga, é cardiologista, meu colega de especialidade. Inclusive, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. É uma pessoa com um currículo muito interessante. A gente espera que ele tenha autonomia necessária para poder ouvir a ciência e poder fazer um bom trabalho em frente ao ministério", disse Longo.
Na avaliação do secretário, os últimos ministros "não têm conseguido ter autonomia necessária para ouvir a ciência, o que tem dificultado o trabalho do Ministério da Saúde" durante a pandemia.
"Nossa expectativa é positiva em relação ao doutor Marcelo, que sempre trabalhou muito bem nos cargos que exerceu, espero que ele tenha feito as tratativas necessárias com o Presidente da República para conduzir essa gravíssima crise que o Brasil passa, com o olhar para as medidas necessárias que precisam ser tomadas para ajudar os estados com maior dificuldades", afirmou.
Coordenação nacional
Quando questionado sobre a criação de um comitê de enfrentamento à covid-19 por parte do governo federal, o secretário estadual afirmou que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), organização da qual ele é vice-presidente do Nordeste, já propôs a medida algumas vezes.
“O Conass já propôs isso há 15 dias em uma carta aberta à nação brasileira, já tínhamos proposto antes, mas agora com a agonização maior da crise, com milhares de pessoas aguardando leitos de UTI em todo o Brasil, uma situação calamitosa inclusive nos estados mais ricos da federação, no Sul do país, São Paulo. A gente aqui também, agora, com muita dificuldade.
Para Longo, o gabinete deveria contar com profissionais de diferentes órgãos. “A gente precisa sim desse instrumento, que seria um gabinete de crise nacional, que tivesse a coordenação do Executivo, mas que tivesse o Congresso, o STF, tem pessoas excepcionais nessas casas, profissionais que trouxessem a ciência para junto, a Fiocruz, o Butantan, para fazer com que um comitê suprapartidário pudesse estar trabalhando. Isso seria facílimo de fazer e ajudaria muito o país a sair dessa situação tão ruim para a imagem do Brasil no cenário mundial”.