PANDEMIA

Cai a média de chamados do Samu Recife para atendimentos a pacientes com sintomas de covid-19

Os chamados para atendimentos a pacientes com sintomas da doença chegam a aproximadamente 15 dias de estabilidade na capital pernambucana

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 06/04/2021 às 6:31
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
PERÍODO DIFÍCIL No primeiro pico da covid-19, no mês de maio de 2020, a média móvel era de 90 atendimentos diários pelo Samu. "Absurdamente alto", relembra Leonardo Gomes - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Passado o mês de março, em que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou montar uma força-tarefa para dar conta da aceleração veloz da curva de covid-19, os chamados para atendimentos a pacientes com sintomas da doença chegam a aproximadamente 15 dias de estabilidade na capital pernambucana, segundo apurou a reportagem deste JC com a Secretaria de Saúde do Recife. Depois de picos de quase 100 chamados para ocorrências sugestivas de covid-19 na segunda quinzena de março, o Samu recebeu 58 ligações no último domingo (4). Com isso, a média móvel (considerando os últimos sete dias) de envio de ambulâncias para atendimento a esses casos ficou em 51,7 — quase dez pontos a menos do que no dia 24 de março, quando a média móvel chegou a 61 saídas de veículos do Samu para atender pessoas com quadro sugestivo de infecção pelo novo coronavírus.

"A gente já estava à espera deste platô (estabilização dos números, ainda na alta), pois há cerca de dez dias começamos a perceber a queda na média móvel. Tem caído lentamente. Se, daqui a 14 dias, não observarmos mais um repique, a tendência é que a curva da doença desça ainda mais", relata o médico Leonardo Gomes, coordenador-geral do Samu Metropolitano do Recife. Ele ressalta que outro termômetro importante capaz de avaliar o impacto e a extensão da pandemia é fato de a central de atendimento do Samu não ter mais sentido a pressão nos chamados, como ocorreu em março. "Estamos num momento mais calmo, mas friso que ainda temos um platô muito alto e, se assim permanecer, ainda teremos muitos óbitos pela doença", destaca Leonardo, reforçando que ainda não é momento de relaxar diante das medidas de prevenção.

Atualmente o Samu conta com 30 ambulâncias na capital pernambucana: 24 delas funcionam com estrutura para oferecer suporte básico aos pacientes e outras 6 dão assistência mais especializada — são as chamadas unidades de terapia intensiva (UTIs) móveis. "Antes do novo coronavírus, tínhamos 21 ambulâncias. No início da pandemia, esse número subiu para 26. Agora são 30, pois precisamos dar conta das suspeitas de covid-19 e dos chamados gerais, como acidentes de trânsito", diz Leonardo.

Para o coordenador-geral do Samu, o cenário epidemiológico só ficará mais calmo quando o ritmo de contágio do vírus cair bastante. "A estabilização que percebemos ainda traz números altos. Não podemos permanecer com uma média móvel na casa dos 50 (pacientes que são atendidos pelas equipes do Samu). Considerando que 5% deles podem ir a óbito, ainda estamos falando de um número alto. A demanda é muito grande. Cerca de 60% das saídas de ambulâncias são para atendimento das pessoas em domicílio; o restante é para fazer transferência de pacientes entre serviços de saúde."

IMUNIZAÇÃO

Na última remessa de vacinas contra a covid-19 para Pernambuco, foram destinadas doses para 2.374 trabalhadores das forças de segurança e salvamento. Com o percentual preconizado de 5% de perda, foram 2,5 mil unidades do imunizante disponibilizadas para esse público. Neste primeiro momento, serão priorizados aqueles que atuam em ações relacionadas diretamente com o atendimento pré-hospitalar e estratégias relacionadas à vacinação contra a doença.

Os gestores municipais e a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) pactuaram, ontem, recomendações para o início da imunização desse grupo. Pernambuco dispensará as doses de forma gradativa e de acordo com as listas dos serviços vinculados à Secretaria de Defesa Social e às Forças Armadas. A SES aguarda ainda as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) para identificar toda essa população prioritária e iniciar a imunização do grupo.

 

 

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