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Em escalada da covid-19, Recife está com baixa adesão à campanha de vacinação contra a gripe

Coordenadora do Programa de Imunização do Recife reforça que os grupos prioritários não deixem de se vacinar contra gripe

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 19/04/2021 às 17:49 | Atualizado em 19/04/2021 às 19:22
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Os dados parciais, após uma semana de vacinação contra a gripe no Recife, em meio à alta da covid-19, revelam uma baixa adesão a essa campanha de imunização, iniciada no último dia 12. Crianças de seis meses a 5 anos, gestantes e puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto) são o público-alvo desta primeira fase da mobilização, que tem como objetivo vacinar 90% desse grupo, formado por quase 130 mil pessoas. Até agora, foram apenas 15,7 mil vacinados desde o início da campanha. Em todo o Estado, a cobertura vacinal também está baixa. Em uma semana, segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco, foram aplicadas só 18,8% (63.723) das doses enviadas (338.400), pelo Ministério da Saúde, para a campanha contra gripe.

"Precisaríamos já ter imunizado cerca de 28 mil pessoas desse grupo prioritário, que tem risco alto de desenvolver complicações se adoecer por gripe e não tiver tomado a vacina", alerta a coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel. A meta da capital pernambucana é vacinar pelo menos 90% da população. A primeira fase da campanha termina no dia 10 de maio. No dia seguinte, já é iniciada a segunda etapa, voltada à imunização de idosos com 60 anos e professores. 

Segundo Elizabeth, o primeiro grupo da mobilização deste ano traz um grande desafio, pois se trata de um público-alvo que já não atingiu a meta em 2020. "No ano passado, foram vacinadas apenas 52% das crianças, 67% das gestantes e 70% das puérperas. Apesar disso, Recife ultrapassou a meta, mas devido aos idosos e aos profissionais de saúde, que não deixaram de tomar a vacina. O resultado poderia ser melhor, com mais crianças, gestantes e puérperas se imunizando", diz. Em 2020, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a cidade imunizou 568 mil pessoas, superando o objetivo estabelecido pelo Ministério da Saúde.

A estratégia da Prefeitura do Recife é descentralizar os locais de vacinação, a fim de evitar aglomerações. Assim, a imunização acontece em 153 unidades, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e em mais três parques da cidade, com postos que funcionam de domingo a domingo, também de 8h às 17h. Neste ano, em função da vacinação contra a covid-19, os idosos a partir de 60 anos serão imunizados na segunda fase da campanha, que começa dia 11 de maio e vai até 8 de junho, quando os professores também poderão receber a dose.

Já no período de 9 de junho a 9 de julho, poderão ser imunizadas as pessoas com comorbidades, deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de Transporte Coletivo Rodoviário Passageiros Urbano e de Longo Curso; trabalhadores portuários, profissionais das Forças de Segurança e Salvamento e Forças Armadas; funcionários do Sistema de Privação de Liberdade; população privada de liberdade; adolescentes e jovens em medidas socioeducativas. É importante destacar que, mesmo com o início de uma nova etapa, as pessoas incluídas nos grupos anteriores podem continuar recebendo a vacina da mesma forma. 

Composta por vírus inativado, a vacina protege contra os três tipos de vírus que mais circulam no hemisfério sul: influenza A (H1N1), influenza B e influenza A (H3N2).

Gripe ou covid-19: que vacina tomar primeiro?  

Por recomendação do Ministério da Saúde, a vacina contra a covid-19 deve ser priorizada e, por isso, é indicado que as pessoas dos grupos elegíveis concluam o esquema vacinal antes de receber a vacina contra influenza. Sendo assim, os idosos a partir de 60 anos e os trabalhadores da saúde só devem ser imunizados contra a gripe a partir da segunda etapa da campanha. Além disso, deve ser respeitado um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas contra covid-19 e gripe.

A vacina contra a gripe não tem eficácia contra o novo coronavírus, mas a imunização vai ajudar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para covid-19, já que alguns dos sintomas são parecidos com os da gripe. O objetivo é reduzir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções provocadas pelos vírus influenza, assim como desafogar os serviços de pronto atendimento.


 

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