Cepa indiana: Brasil anuncia testagem em massa e reforço de barreiras sanitárias em terminais
Segundo Ministério da Saúde, 600 mil testes já serão enviados ao Maranhão neste domingo (23). Além do estado, áreas de fronteira terão prioridade no recebimento dos testes rápidos
Após o registro do primeiro paciente infectado pela nova cepa indiana do coronavírus, no Estado do Maranhão, o governo federal anunciou neste sábado (22) a ampliação da testagem de covid-19 no Maranhão e também em todo o País, além do reforço das medidas de contenção e triagem em portos e aeroportos e rodovias. Neste domingo (23), 600 mil testes serão enviados ao Maranhão. Todos os passageiros que passarem por aeroportos ou pelas fronteiras do estado maranhense precisarão fazer teste rápido.
- Primeiro caso da variante indiana do novo coronavírus é confirmado no Maranhão
- Saiba o que é a cepa indiana do coronavírus diagnosticada no Maranhão
- Bolsonaro é autuado por não usar máscara em visita ao Maranhão
- Covid-19: governador do Maranhão diz que é 'questão de tempo' para cepa indiana estar circulando no Brasil
Neste sábado (22), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, conversou, conjuntamente, por videochamada, com o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, e com o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido. Também participaram da conversa técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital paulista, além do secretário-executivo da secretaria estadual de Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) criticou o isolamento do Maranhão nas discussões que envolvem o próprio estado, mas disse estar disposto a colaborar com as decisões do ministério.
De acordo com o ministro da Saúde, a prioridade das testagens será o Maranhão, "para evitar a propagação da variante". "Nós tínhamos três milhões de testes reservados na estratégia de testagem (do governo federal), em função da nova variante, estamos adiantando esse programa de testagem, sendo adotado de maneira paulatina com 2,4 milhões de testes sendo distribuídos preferencialmente nas regiões de fronteira e aeroportos com trânsito de passageiros internacionais, para fortalecer o programa de testagem como um todo", disse o ministro.
600 mil testes serão enviados amanhã ao Maranhão. O objetivo do Ministério da Saúde é alcançar o total de 20 milhões de pessoas testadas mensalmente no País.
Segundo o Ministério da Saúde, as cidades de Guarulhos, sede do aeroporto internacional mais movimentado do país, e de São Paulo são focos de maior preocupação em relação a uma possível disseminação de mutações do vírus causador da covid-19, em particular, a cepa recentemente identificada na Índia (B.1.617).
Transportes com origem do Maranhão também serão monitorados no Terminal do Tietê, em São Paulo, e nas rodovias Fernão Dias e Dutra.
"As equipes de saúde farão uma triagem dos passageiros, dos grandes equipamentos de movimentação de pessoas. A gente vai buscar as pessoas sintomáticas e assintomáticas para fazer o teste, em caso de resultado positivo se isola e vai investigar pra ver se o vírus corresponde a uma variante indiana", disse o secretário executivo do ministério da Saúde, Rodrigo Otávio Cruz.
O viajante vai fazer um teste rápido de Covid-19. Se der positivo, será submetido a um RT-PCR. Mantido o resultado positivo, a pessoa precisará ser monitorada e isolada por dez dias.
Na segunda-feira (24), haverá reunião com representantes do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasem) para alinhar a demanda de distribuição de testes pelo País.
Anvisa
A Anvisa informou que já trabalha dentro de aeroportos e portos de todo o país, abordando passageiros e procurando detectar casos suspeitos informados às secretarias estaduais e municipais para que estas verifiquem se são infecções e, também, as pessoas que tiveram contato recente com quem testou positivo. As medidas serão então ampliadas, com apoio das secretarias estaduais e municipais, segundo a agência.
O Brasil já vetou a entrada de passageiros provenientes da Índia, Reino Unido, Irlanda do Norte e África do Sul.
Na prática, a Anvisa diz que trabalha dentro dos aeroportos e portos detectando casos suspeitos, e disponibiliza esses dados às secretarias estaduais e municipais para que possam atender pacientes, realizar testes, confirmar casos suspeitos e identificar quem teria tido contato com infectados pela covid-19 e demais variantes.