Pernambuco já vacinou mais de 185 mil adolescentes contra a covid-19
Segundo a SES, até o momento não há relatos de efeitos adversos graves provocados pela vacina contra a covid-19 nesse grupo
Pernambuco já vacinou 185.137 adolescentes de 12 a 17 anos com a primeira dose da vacina contra a covid-19, de acordo com balanço da Secretaria Estadual de Saúde (SES) dessa quinta-feira (16). O número corresponde a 17% dos 1.087.269 moradores dessa faixa etária no Estado. Atualmente, só o imunizante da Pfizer tem autorização da Anvisa para uso em adolescentes a partir dos 12 anos. Segundo a SES, até o momento não há relatos de efeitos adversos graves provocados pela vacina contra a covid-19 nesse grupo.
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Em coletiva de imprensa nessa quinta-feira (16), o secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou que os adolescentes sem comorbidades continuarão a ser vacinados no Estado. A fala vem após o Ministério da Saúde recuar e orientar os estados a não imunizar pessoas entre 12 a 17 anos sem comorbidades. Em vários momentos da entrevista aos jornalistas, Longo criticou a postura do ministério, que pegou estados e municípios de surpresa ao anunciar a suspensão da vacinação desse grupo.
"Pernambuco e vários outros Estados vão continuar com o processo de vacinação. Vamos reunir o nosso comitê técnico de imunizações e aguardar a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que foi provocada pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde). E essa atitude, de solicitar a posição da Anvisa, deveria ter sido tomada pelo próprio Ministério da Saúde", frisou André Longo. Ele lamentou o fato de a pasta ter feito a suspensão da vacinação dos adolescentes sem comorbidades de forma apressada. "Isso gera intranquilidade. Vários Estados estão até revoltados com esta postura inicial, levada a público hoje, pelo ministério."
O ministério mencionou que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda imunização de adolescentes com ou sem comorbidades. A OMS, entretanto, não chegou a afirmar que a vacinação dessa faixa etária não deveria ser realizada. Em junho, a entidade apenas salientou que, neste momento, a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos não é prioritária, já que seria necessário imunizar completamente todos os adultos, antes de baixar a idade.
Para o secretário, a pasta deveria ter discutido o tema em reunião tripartite e ouvido a câmara técnica do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e submeter as informações sobre a vacinação à Anvisa, órgão que autorizou, no Brasil, o uso de Pfizer no público de 12 a 17 anos, sem e com comorbidades. "Caso a Anvisa se manifeste contrária a essa posição (de vacinar adolescentes sem doenças preexistentes), nós vamos ter uma referência técnica para seguir. Mas até agora, como não há manifestação da Anvisa, Pernambuco e outros Estados continuam com a imunização)", frisou Longo.
Segurança do imunizante
Ainda durante a coletiva de imprensa, o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, integrante dos comitês de vacinação contra o coronavírus no Recife e em Pernambuco, assegurou que a vacina da Pfizer é segura e necessária para todos os adolescentes. "A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) continuam a recomendar a aplicação de Pfizer a essa faixa etária, nos cenários em que houver dose disponível, sem prejudicar a finalização dos esquemas vacinais em adultos e a aplicação da terceira dose em idosos neste momento", esclareceu Eduardo Jorge.