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Brasil alcança mais baixo patamar da pandemia, mas ainda não é o fim da covid-19, diz Fiocruz

Pernambuco está entre os 14 Estados com sinal de queda na tendência de longo prazo

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Cinthya Leite

Publicado em 05/10/2021 às 14:12 | Atualizado em 05/10/2021 às 14:41
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O Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta sinal de estabilidade da covid-19 no Brasil. Agora, estamos no mais baixo patamar desde o início da pandemia no Brasil. A análise mostra que cinco dos 27 estados registraram sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana epidemiológica 38, de 19 a 25 de setembro: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará e Rondônia. Entre os demais, 14 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. São eles: Acre, Amapá, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Tocantins. No entanto, não há previsão ou data para o término da pandemia.

O estudo destaca também que Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro são as únicas unidades federativas que apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo. Atualmente, cerca de 96% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (srag), com resultado laboratorial de vírus respiratório, correspondem a infecções por coronavírus.

Em relações às regiões, no Sudeste, Belo Horizonte apresenta indícios de crescimento abrupto, uma quebra no padrão observado no quadro geral do momento e que ainda não se verifica no dado estadual. Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, esse aumento pode estar associado a alterações no fluxo de notificações combinado com ligeiro crescimento na estimativa de casos semanais na população idosa, sendo necessário uma reavaliação ao longo das próximas semanas.

Os Estados de São Paulo e Minas Gerais mantêm o volume de casos semanais em crianças de 0 a 9 anos significativamente elevado. No Espírito Santo, que apresenta aumento apenas na tendência de curto prazo, os dados por faixa etária sugerem crescimento concentrado na população idosa. Já o Rio de Janeiro está com sinal de estabilização, mas mantém queda na população acima de 70 anos, que havia puxado a tendência de crescimento durante o inverno.

O cenário no Centro-Oeste mostra que o Distrito Federal está com sinal claro de retomada do crescimento, puxado pela população com mais de 70 anos. Os demais estados apresentam estabilidade, com atenção especial para os casos de srag em crianças no Mato Grosso do Sul, que mantém estabilidade em patamar similar ao pico do inverno de 2020.

Na região Norte, o panorama sugere apenas algumas oscilações em todos os estados, com sinal de crescimento na tendência de curto prazo em alguns deles. Ainda assim, os valores são os menores desde o início da epidemia. A situação é parecida no Nordeste, com indicativos de queda ou estabilidade em patamares baixos, ainda que na Bahia tenha sido registrado sinal de crescimento na tendência de curto prazo. Para o pesquisador Marcelo Gomes, chama atenção que, no Nordeste, foi verificada manutenção do crescimento dos casos de srag em crianças de 0 a 9 anos no Estado da Bahia.

Já no Sul, há sinal de estabilidade ou queda nos estados e capitais, porém mantendo estabilidade em valores significativamente elevados nas crianças de 0 até 9 anos, sendo a região que mais preocupa em relação a essa faixa etária. 

Capitais

Na atualização observa-se que apenas 4 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 38: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF) e Salvador (BA). Em onze capitais, observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo: Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e Teresina (PI). Além disso, três capitais apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três semanas): Campo Grande (MS), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ).

Belo Horizonte apresenta sinal forte de crescimento nas tendências de longo e curto prazo. Em Aracaju e Salvador, os sinais de crescimentos são compatíveis com cenário de oscilação em torno de patamar estável cuja média semanal é a menor desde o início da epidemia.

Em relação aos casos associados a residentes do plano piloto e arredores em Brasília, o sinal de crescimento moderado nas tendências de curto e longo prazo sugerem situação de retomada do crescimento, observada principalmente em idosos como apontado pelo dado de Brasília como um todo, e requer atenção especial.

Nas capitais, Campo Grande, Manaus e Rio de Janeiro, que apresentam sinal moderado de crescimento apenas na tendência de curto prazo, o cenário é similar àquele reportado para Aracaju e Salvador, isto é, de oscilação em torno de patamar estável. Sendo que na capital fluminense a queda recente ainda não foi suficiente para atingir os menores valores semanais registrados no ano passado.

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