Quanto tempo dura o exame de toque retal? Urologista responde principais dúvidas sobre câncer de próstata
Durante o toque, o médico verifica se há regiões irregulares na próstata, principalmente nódulos e áreas endurecidas
O câncer de próstata, que tem sido tão discutido neste Novembro Azul, é um dos tipos de tumor mais comuns no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 65,8 mil novos casos para cada ano do triênio 2020-2022 no Brasil. "Apesar da alta incidência, se diagnosticados precocemente, os tumores de próstata têm chances de cura acima de 90%", diz o Antonio Corrêa Lopes Neto, urologista do Hcor - hospital multiespecialista de São Paulo.
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A instituição, inclusive, registrou recentemente o retorno gradual dos homens aos cuidados com esse diagnóstico precoce. De acordo com dados da epidemiologia da instituição, o número de coletas de PSA em 2020 caiu 20%, se comparado ao ano de 2019. Agora, com o avanço da vacinação e a retomada das atividades, o comparativo de janeiro a setembro de 2021 com o mesmo período de 2020 aponta um aumento de 22% nesses exames.
"A ida aos consultórios e a realização de exames de sangue e toque permitem não somente o diagnóstico precoce do câncer de próstata, como também identificar quadros de prostatite (infecção ou inflamação da próstata) e hiperplasia benigna da próstata, que significa aumento de tamanho da glândula", explica.
Segundo o especialista, isoladamente o PSA não auxilia na tomada de condutas clínicas. Por isso, a comunidade médica defende uma avaliação que contemple análise de fatores de risco e histórico familiar, bem como a realização do toque retal e outros exames complementares, conforme as necessidades de cada caso.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orienta que consultas periódicas devem ser feitas por todos os homens acima de 50 anos - ou a partir dos 40 anos para aqueles que apresentam fatores de risco, como pacientes afrodescendentes, histórico de câncer de próstata na família ou obesos.
Abaixo, o urologista do Hcor esclarece outras dúvidas frequentes relacionadas à doença. Confira:
Quais são os sintomas mais comuns do câncer de próstata?
No início, a maioria dos casos de câncer é silenciosa. E o tumor de próstata também tem essa característica. "Sinais e sintomas como micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina ou no sêmen não significam a presença de um câncer de próstata e podem refletir apenas a um aumento benigno da glândula ou algum quadro infeccioso. Casos mais avançados podem apresentar sinais como emagrecimento e dores ósseas", explica Corrêa.
Quanto tempo dura o exame de toque retal?
O exame de toque retal é um procedimento muito rápido, que dura em torno de 10 segundos. "Nesse breve espaço de tempo, já é possível que o médico verifique se há regiões irregulares na próstata, principalmente nódulos e áreas endurecidas."
O câncer na próstata causa incontinência urinária?
A presença do câncer de próstata não necessariamente é acompanhada de incontinência urinária. A perda da capacidade de controlar a urina, conhecida como incontinência urinária, é bastante comum em homens que já passaram por cirurgia ou radioterapia para tratamento do câncer de próstata. "Entretanto, atualmente, existem tecnologias que permitem que esses quadros sejam temporários e o paciente pode recuperar o controle total da bexiga", comenta o médico.
Todo tipo de tratamento contra câncer urológico pode causar impotência sexual?
Não é todo câncer urológico que causa impotência sexual após o tratamento. O quadro depende da condição física prévia do paciente, assim como o tipo e o nível do tumor. "Hoje em dia, muitos médicos utilizam a cirurgia robótica para operar tumores de próstata. Essa técnica minimamente invasiva ajuda a proteger os tecidos e músculos da região. Além disso, existem alternativas para amenizar o problema, como tratamentos hormonais, medicamentos ou próteses penianas", reforça o urologista.
Posso ficar infértil após o tratamento contra um câncer urológico?
A depender do tipo do câncer, saúde e idade do paciente, bem como do tratamento adotado, o homem pode, sim, ficar infértil. "Portanto, recomenda-se que o paciente converse com o médico para pensar em alternativas de preservação de espermatozoides, se necessário."