COLUNA SAÚDE E BEM-ESTAR

Chega a 201, no Recife, o número de casos de lesões de pele que causam coceira

Segundo a Secretaria de Saúde, procedimentos de monitoramento e investigação continuam, por meio da aplicação de questionários nos locais de maior incidência e da realização de novos exames clínicos e laboratoriais. Outra frente é a instalação de armadilhas para a captura de mosquitos

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Amanda Azevedo, Cinthya Leite

Publicado em 30/11/2021 às 20:15
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O Recife registrou mais um aumento de casos de "lesões cutâneas a esclarecer" que provocam coceira. Na noite desta terça-feira (30), a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que o número de ocorrências da doença, cuja causa permanece desconhecida, subiu para 201. Não há registro de agravamento associado a esses quadros.

A maior parte dos casos concentra-se na Guabiraba e em Dois Irmãos, na Zona Norte da capital. Também há pacientes em Boa Viagem, Ibura, Várzea, Córrego do Jenipapo, Passarinho, Dois Unidos, Torre, Graças, Morro da Conceição, Sítio dos Pintos, Imbiribeira, Iputinga, Areias, Bomba do Hemetério, Encruzilhada, Brejo da Guabiraba, Linha do Tiro, Boa Vista, Mangabeira, San Martin, Porto da Madeira, Casa Forte, Cordeiro, Tamarineira, Jordão, Madalena, Santo Amaro, Coqueiral, Água Fria, Caçote, Afogados, Campo Grande, Monteiro, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio, Mangueira, Pina, Jiquiá, Alto do Mandu e Coelhos.

Investigação do surto de lesões de pele

Segundo a Sesau, nesta semana, a investigação continua "por meio da aplicação de questionários nos locais de maior incidência e da realização de novos exames clínicos e laboratoriais. Esse trabalho passa a contar com o reforço de uma equipe de dermatologistas. Outra frente é a instalação de armadilhas para a captura de mosquitos".

Em entrevista ao JC, o médico sanitarista Tiago Feitosa, trouxe mais uma suposição que merece ser considerada, na tentativa de explicar por que moradores de determinadas localidades têm apresentado as lesões. Professor do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tiago pressupõe que uma infestação de pulgas pode estar por trás dessas manifestações cutâneas.

O sanitarista presume que o surto pode ter relação com pulgas porque a maior quantidade de pessoas afetadas moram em localidades próximas a área de mata, como Guabiraba e Dois Irmãos, ambos bairros da Zona Norte do Recife. "São áreas que estão cada vez mais sendo povoadas de forma acelerada, com muitos empreendimentos e novos condomínios. Por isso, este surto pode ter relação com questões ambientais. Com menos área verde, esses locais perderam animais silvestres, que são os reservatórios naturais das pulgas. Dessa forma, esses pequenos insetos encontram outros mamíferos para se alimentar de sangue, como cachorros e gatos, que podem passar a pulga para as pessoas", explicou Tiago ao JC.

 As pessoas que sentirem sintomas devem buscar uma unidade de saúde para receber orientações e tratamento.

 

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