Entrevista

Secretário de Saúde de Pernambuco defende maior rigor em aeroportos diante da variante da ômicron da covid-19

André Longo disse ser importante o passaporte vacinal para estrangeiros, mas lamentou que o governo Bolsonaro não implante a medida

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Cássio Oliveira

Publicado em 02/12/2021 às 19:02 | Atualizado em 02/12/2021 às 19:10
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O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2), defendeu maior rigor no controle em aeroportos por conta da variante ômicron da covid-19.

Por outro lado, Longo reforçou que esse controle deve ser feito pelo governo federal, por meio da Anvisa. "O controle de entrada nos aeroportos é feito pela Anvisa. Defendemos maior rigor e controle pelo passaporte vacinal, mas há resistência do governo brasileiro de implantar essa necessidade para o estrangeiro. Entendemos ser fundamental, mas não cabe aos estados", disse.

O secretário também ressaltou que o momento atual ainda requer cuidados, sobretudo por causa da variante. “A nova cepa nos traz uma grande preocupação e um alto nível de incertezas. Com a Ômicron, os cuidados, como o uso correto das máscaras e a lavagem frequente das mãos tornam-se ainda mais fundamentais. São atitudes que precisam estar incorporadas ao nosso cotidiano”, reforçou.

Há dois dias, a Anvisa informou que serão enviadas para análise laboratorial confirmatória as amostras de dois brasileiros que, preliminarmente, apresentaram resultado laboratorial positivo para a variante ômicron, após testagem realizada pelo Laboratório Albert Einstein.

Tal testagem deve-se ao fato de que um passageiro vindo da África do Sul e que desembarcou em Guarulhos no dia 23/11, portando resultado de RT-PCR negativo, com vistas a se preparar para a viagem de regresso à África do Sul, procurou o laboratório localizado no Aeroporto de Guarulhos, no dia 25/11, para, já na companhia de sua esposa, realizar o teste de RT-PCR requerido para o retorno. Naquele momento, ambos testaram positivo para a Covid-19 e o fato foi comunicado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de São Paulo.

Não temos dúvida que essas variantes irão circular pelo Brasil, a gente retarda com medidas de vigilância nos aeroportos, mas a gente não consegue impedir. É preciso que as pessoas estejam protegidas, com a vacinação.
André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco

A entrada foi anterior à edição da Portaria Interministerial CC-PR/MS/MJSP/MINFRA 660, de 27 de novembro de 2021, que proibiu, em caráter temporário, voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul e que também suspendeu, em caráter temporário, a autorização de embarque para o Brasil de viajantes estrangeiros, procedentes ou com passagem, nos últimos 14 dias antes do embarque, por esse país.

Segundo André Longo, é impossível impedir o surgimento de novas variantes. O importante é ter controle e manter os cuidados, como máscara e distanciamento. "Já há relatos de casos no Brasil, mas precisamos estar atentos aos cuidados, são os mesmos, como uso da máscara", destacou.

Entenda as restrições

Conforme recomendação da Agência, a Portaria Interministerial 660, do último dia 27 de novembro, proibiu voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul, República de Botsuana, Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia e República do Zimbábue.

De acordo com a Portaria vigente, os viajantes brasileiros procedentes ou com passagem pelos países acima referidos nos últimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverão permanecer em quarentena por 14 dias, na cidade do seu destino final.

Citação

Não temos dúvida que essas variantes irão circular pelo Brasil, a gente retarda com medidas de vigilância nos aeroportos, mas a gente não consegue impedir. É preciso que as pessoas estejam protegidas, com a vacina&

André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco

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