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Gripe: emergências, postos de saúde e Upinhas têm aumento da procura por atendimento no Recife

Um dos hospitais particulares da cidade identificou um aumento de 150% no atendimento a pacientes com sintomas gripais

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Cinthya Leite

Publicado em 21/12/2021 às 19:07 | Atualizado em 22/12/2021 às 16:06
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Emergências de hospitais privados, postos de saúde, serviços públicos de pronto atendimento e unidades de testagem voltadas a pacientes com sintomas gripais voltaram a perceber um aumento no número de atendimentos a pessoas com tosse, dor de cabeça, febre e congestão nasal. Em alguns casos, cansaço e dor de garganta também se manifestam. Segundo relatos de profissionais de saúde, a maioria dos pacientes não apresenta exame positivo para covid-19. Por isso, acredita-se que a gripe tem prevalecido nesse cenário em que já está confirmada a transmissão comunitária da influenza A (H3N2) em Pernambuco.

Na tarde desta terça-feira (21), na Upinha 24h Moacyr André Gomes, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, dezenas de pessoas aguardavam para realizar o teste de covid-19 (a recomendação do Estado é testar inicialmente para coronavírus, a fim de confirmar ou descartar a suspeita) e receber atendimento para controlar os sintomas. Entre eles, estava o auxiliar de depósito Jaymeson Lopes, 39 anos. "É muita dor de cabeça que eu sinto. Também estou com dor no corpo, febre e coriza. Faz uns dois dias que estou assim. Na empresa onde trabalho, foi solicitado que as pessoas com sintomas gripais devem ser testadas. Sei de muita gente doente", contou.

Além dele, na Upinha, a doméstica diarista Ana Cristina de Oliveira, 54 anos, aguardava ser atendida numa área dedicada a pacientes com sintomas gripais. "Estamos doentes eu, meu marido, de 58 anos, e meu filho, de 30 anos. Temos uma tosse constante, dor de cabeça e febre. Espero conseguir falar com algum médico", relatou Ana Cristina. O casal de supervisores de farmácia Cleiton Gomes, 31 anos, e Priscila Gomes, 33, também esperavam testagem e atendimento. "Eu estou com muitos sintomas: tosse, febre de três dias chegando a 40 graus, moleza e dor no corpo. Tudo começou no domingo (19). Meu filho, de 12 anos, adoeceu antes, e sei de mais duas pessoas do trabalho que também griparam", disse Cleiton.

Nos hospitais particulares e consultórios médicos, a demanda de pessoas com quadro gripal também subiu este mês. No bairro de Paissandu, área central do Recife, a emergência do Real Hospital Português (RHP), segundo nota divulgada pela assessoria de comunicação, identificou um aumento em torno de 150% no atendimento a pacientes com sintomas gripais, quando comparado o período do dia 14 a 20 deste mês com a semana anterior (dia 1° a 7).

"Estamos diante de mais um vírus respiratório. Os sintomas da influenza H3N2 e da covid-19 são muito semelhantes, especialmente considerando a variante ômicron. É importante ressaltar que a gripe já circula há muito tempo, e algumas pessoas têm um risco maior de agravamento, principalmente idosos e gestantes. Além disso, diferentemente da covid-19, as crianças também têm maior risco. Precisamos reforçar o isolamento das pessoas com sintomas gripais e o uso da máscara", destaca o médico Demetrius Montenegro, chefe do setor de doenças infectocontagiosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc).

Até o momento, Pernambuco tem confirmação de 43 casos de H3N2. Entre eles, nove pacientes graves: seis estão internados em enfermaria, dois em unidade de terapia intensiva (UTI) e um foi a óbito. A morte foi de um homem de 46 anos, que morava no Recife. Ele foi a óbito no último domingo (19). O homem tinha doença renal crônica, teve o exame para covid-19 negativo e fez o teste de influenza em seguida.

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