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Influenza H3N2: adultos jovens são os mais infectados em Pernambuco; mais da metade dos pacientes com gripe têm de 20 a 39 anos

Dos 1.578 casos de H3N2 até agora, 53% ocorreram em pessoas de 20 a 39 anos no Estado

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 29/12/2021 às 15:51 | Atualizado em 29/12/2021 às 17:56
Análise
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Pernambuco confirmou os primeiros casos de influenza H3N2 no dia 18 deste mês. Desde então, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou 1.592 infecções por gripe (1.578 causadas por H3N2) e cinco mortes. Até agora, segundo mostra o perfil dos adoecimentos por faixa etária em Pernambuco, a nova cepa não atingiu com a mesma intensidade todas as faixas etárias. 

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A doença, até então, tem se manifestado de forma acentuada na população de adultos jovens. Dos 1.578 casos de H3N2, 53% ocorreram em pessoas de 20 a 39 anos no Estado. Esse retrato etário pode refletir o comportamento desse grupo diante das medidas de prevenção das doenças respiratórias, como a covid-19 e a gripe. Com dois anos de pandemia do coronavírus, a população enfrenta uma fase de fadiga das condutas de proteção. Nas ruas, muita gente retoma hábitos da rotina que tinha antes da pandemia (sem máscara e sem distanciamento, por exemplo), apesar do avanço da influenza e do surgimento de nova variante do coronavírus, a ômicron. 

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, tem dito frequentemente que "a adoção e o reforço no distanciamento físico, no uso correto da máscara e na lavagem das mãos são uma questão de proteção à vida".

E mais: assim como ele, especialistas também têm reforçado que é necessária uma atenção especial aos idosos, às crianças e às pessoas com doenças crônicas. Afinal, quando adoecem por gripe, formam um grupo mais suscetíveis a complicações decorrentes da infecção. No Estado, na faixa etária até os 9 anos, são 52 casos de H3N2 até então. Dos 10 aos 19 anos, considerado também um grupo etário pediátrico, são 117 casos. Entre os cinco óbitos confirmados até agora, um foi de uma menina de 1 ano e 5 meses que tinha um distúrbio de coagulação, segundo a SES.

A análise das outras mortes também mostra a presença de doença crônica em todas as vítimas. Dois dos óbitos foram de idosos (68 e 69 anos). Em relação ao adoecimento por gripe, essa faixa etária (a partir dos 60 anos) totaliza 212 pessoas. 

Confira a distribuição dos 1.578 casos de influenza H3N2 de acordo com a faixa etária em Pernambuco: 

  • 0 a 5 anos: 34 casos
  • 6 a 9 anos: 18 casos
  • 10 a 19 anos: 117 casos
  • 20 a 29 anos: 465 casos
  • 30 a 39 anos: 369 casos
  • 40 a 49 anos: 228 casos
  • 50 a 59 anos: 135 casos
  • A partir dos 60 anos: 212 casos 

Reforço na assistência 

Neste momento de alta diária de casos da gripe H3N2 e subida nas taxas de ocupação de leitos de terapia intensiva (UTI) e enfermaria, Pernambuco tem mais de cem pessoas com sintomas respiratórios graves que estão na fila de espera por uma vaga em hospital para receber assistência. Como resposta a esse cenário, o governo de Pernambuco anunciou esta semana que continua a atuar para recompor e reforçar as escalas de plantão dos hospitais com a nomeação de mais 133 profissionais aprovados em concurso público. Do total de convocados, 77 são médicos, 23 são de outras áreas da saúde, 32 são de nível médio e 1 é fiscal de vigilância sanitária.  "Além de continuar com o enfrentamento à covid-19, também estamos preparando a rede para receber a demanda dos casos de influenza", diz o secretário Estadual de Saúde, André Longo. 

O reforço será para os seguintes serviços: hospitais Jaboatão Prazeres (HJP), Correia Picanço (HCP), Geral de Areias (HGA), Otávio de Freitas (HOF), Ulysses Pernambucano (HUP), Restauração (HR), Barão de Lucena (HBL), Agamenon Magalhães (HAM), Getúlio Vargas (HGV); Hospital Regional do Agreste (HRA) e Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Caruaru; Hospital Regional Inácio de Sá (HRIS), em Salgueiro), Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam), em Serra Talhada); Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE); nas sedes das Gerências Regionais de Saúde (Geres); e no nível central da SES, no Bongi, Zona Oeste do Recife.

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