Pernambuco chega a 1.592 casos de gripe, com 99% sendo influenza H3N2; mais dois óbitos foram confirmados
O Estado soma cinco mortes confirmadas pela influenza A (H3N2)
A Secretaria Estadual de Saúde divulgou, nesta segunda-feira (27), que a nova rodada de resultados de exames para a influenza registrou 1.370 amostras laboratoriais positivas, sendo 1.361 para o subtipo A (H3N2) e 9 A não subtipadas.
Com isso, totalizam 1.592 casos da doença em Pernambuco desde o início deste ano, sendo 1.578 do subtipo H3N2 e 14 casos não subtipados. As análises estão sendo realizadas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE).
- Influenza A: Pernambuco confirma circulação comunitária da gripe H3N2
- Gripe: tudo sobre a circulação da influenza A H3N2 em Pernambuco
- Gripe: confira os municípios de Pernambuco que já confirmaram casos da influenza A H3N2
- É gripe H3N2 ou covid-19? Veja a semelhança e a diferença entre os sintomas
- Gripe H3N2: Pernambuco confirma mais duas mortes e 179 novos casos da doença
- Gripe H3N2: com salto de casos em menos de 10 dias, Recife confirma pelo menos 818 pessoas acometidas pela doença
- Gripe H3N2: Samu Recife tem forte aceleração na subida de atendimento a pessoas com sintomas respiratórios
Há uma semana, na segunda-feira, dia 20 de dezembro, o Governo de Pernambuco informou que estava em 42 o número de casos positivos para a influenza A (H3N2), reforçando que os casos de gripe aumentarem de forma acelerada.
Do total de casos registrados até agora, 7,5% (118) apresentaram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Também foram registrados mais dois óbitos. Assim, o Estado soma cinco mortes confirmadas pela influenza A (H3N2).
Mortes
Os dois novos óbitos são de uma criança do sexo feminino de 1 ano e cinco meses, residente de Olinda; e um idoso do sexo masculino de 68 anos de idade, residente do Recife. Segundo a Secretaria de Saúde, ambos tinham comorbidades: a criança tinha distúrbio do coagulação. Já o idoso era portador de doença vascular crônica.
“Somos todos responsáveis pelo controle da covid-19 e também da influenza. Especialmente neste período de festas de final de ano e de férias escolares, a adoção e o reforço no distanciamento físico, no uso correto da máscara e na lavagem das mãos é uma questão de proteção à vida. E precisamos de uma atenção especial com os idosos, as crianças e pessoas com comorbidades severas, que são os grupos mais suscetíveis ao agravamento”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo.
Recife
Já no Recife, nesta segunda-feira (27), menos de dez dias após a confirmação dos seus dois primeiros casos, a capital pernambucana totaliza 818 casos de influenza A (H3N2). O dado é da Secretaria Municipal de Saúde.
Do total de confirmações, três deles evoluíram para óbito. Todas as mortes foram confirmadas por critério laboratorial. Os pacientes que foram a óbito tinham 46, 68 e 69 anos.
Nesta segunda (27), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nova Descoberta, na Zona Norte da cidade, amanheceu lotada. A maioria das pessoas no serviço apresenta sintomas gripais como tosse, dor de garganta, dor no corpo e febre. A recepção da UPA estava cheia de pacientes, e outros aguardavam na área externa para ser atendidos.
Na ocasião, o operador de betoneira Antônio Lopes estava impaciente com a demora para receber assistência, pois já aguardava ser chamado há mais de quatro horas, sem nem mesmo ter passado pela triagem. "Tem hora que a gente fica em pé, tem hora que senta no chão... É falta de respeito. Estou com dor no corpo, na cabeça e juntas doendo. Desde sexta-feira estou assim", contou.
Já o servente Ivanildo da Silva estava na UPA pela segunda vez, em 12 dias. Mesmo tomando as medicações para tratar os sintomas da gripe, ele não apresentou melhoras e, por isso, retornou para atendimento. "Estou tendo febre sem parar, não fico bom nem com os remédios que a médica passou. Estou aqui, sentado no chão porque não tem espaço para ficar dentro da UPA. Estou aguardando uma ficha", relatou Ivanildo.
Na Zona Oeste do Recife, a UPA da Caxangá também vive um cenário de aumento da demanda de pacientes com sintomas respiratórios, sugestivos de gripe. O retalhador de carne Fábio Andrade aguardava ser atendido, nesta segunda-feira (27), sentado sobre o capacete da moto, pois não tinha cadeira livre para a espera. Não havia previsão de atendimento, já que a fila de pacientes estava imensa. "As cadeiras estão todas ocupadas, e não tem onde ficar. Sinto muita dor no copo, coriza, secreção, dor de cabeça e falta de apetite. É terrível. Creio que seja esta gripe."
Testes
A Secretaria de Saúde explica que a vigilância do vírus da influenza em Pernambuco segue padrões específicos estabelecidos de, prioritariamente, acompanhar as cepas decorrentes tanto de casos confirmados em pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); quanto de casos leves de pacientes com Síndrome Gripal (SG), atendidos em unidades de saúde sentinelas.
Essas unidades realizam o atendimento dos casos, a notificação e o encaminhamento das informações e das amostras para a unidade laboratorial, o Lacen-PE, responsável por analisar as amostras coletadas dos pacientes, sendo suficiente para o cumprimento dos objetivos de conhecimento da circulação do vírus influenza e da identificação dos agentes etiológicos.
"Apesar de clinicamente semelhantes, as testagens para covid-19 e influenza não seguem a mesma regra. Nesse cenário, e considerando a manutenção da prioridade de testagem para a covid-19 nos pontos específicos para a realização deste tipo de coleta, é importante ressaltar que não há necessidade de investigação caso a caso dos pacientes de influenza", diz trecho do comunicado enviado à imprensa pela Secretaria de Saúde.
Diante de qualquer quadro gripal, a recomendação é o isolamento de contatos próximos para evitar contaminações e o uso da plataforma Atende em Casa para buscar orientações de como proceder. O acesso ao sistema pode ser por aplicativo disponível em celular Android ou pelo www.atendeemcasa.pe.gov.br. Após digitar informações básicas, o sistema conduzirá a ocorrência de acordo com a gravidade de cada caso.
Além disso, a gestão estadual reforça que é importante manter as medidas de higiene e não farmacológicas, como o uso de máscara e higienização das mãos.