COLUNA SAÚDE E BEM-ESTAR

Doses de esperança para as crianças

O acesso das crianças à imunização contra o coronavírus é um direito que deve ser assegurado

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 09/01/2022 às 0:00 | Atualizado em 11/01/2022 às 17:51
DAY SANTOS/JC IMAGEM
Expectativa das crianças para a vacinação contra COVID-19 - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Aos 7 anos, o estudante Leonardo Penaforte Dimech já viu a vacina contra covid-19 chegar para os seus pais, avós, professores, tios e vários outros adultos. Agora conta os dias para receber a dose contra o que ele mesmo reconhece como "doença horrível". O desejo dele representa o de milhares de crianças brasileiras, que sentem os efeitos da pandemia. "É muito ruim. Eu ficava em casa, via a aula online e perdia o futebol na escola", conta Leonardo, ao lembrar as fases de isolamento social pela qual passamos em 2020 e 2021. "Já tomei todas as vacinas, mas ainda falta a da covid-19, e eu não quero pegar essa doença", acrescenta.

Prima de Leonardo, a estudante Sophia Vilar Penaforte, 7 anos, também está à espera das suas doses. "Eu sei que está bem perto. Vou logo dizer ao doutor que ele pode dar vacina em mim, e não vou deixar cair uma lágrima porque estou muito feliz. Os meus avós já tomaram até três vacinas de covid e estão bem protegidos. Só falta a gente agora", relata Sophia. O avô de Leonardo e Sophia, o professor de português aposentado Rogério do Nascimento, 73 anos, faz questão de reforçar que a imunização é uma obrigação com a coletividade. "A vacina é uma questão de responsabilidade social muito grande", diz Rogério, ao se referir ao fato de que precisamos do máximo de pessoas vacinadas, inclusive as crianças, para criar uma barreira imunológica e controlar a transmissão do coronavírus. "Minha esposa, Edite, e eu já estamos completamente vacinados. Agora é a vez das crianças, que ficaram radiantes com a notícia de que serão protegidas."

O acesso das crianças à imunização contra o coronavírus é um direito que deve ser assegurado e que conta com o apoio da maioria dos brasileiros, segundo mostrou a consulta pública realizada pelo Ministério da Saúde, que finalmente incluiu o público de 5 a 11 anos no plano de operacionalização da vacinação contra covid-19. Temos, no Brasil, cerca de 20 milhões de crianças nessa faixa etária. Há a expectativa da chegada de 3,8 milhões de doses, no País, em três envios, ainda este mês, sendo o primeiro no próximo dia 13. "Com a liberação pelos órgãos reguladores em torno de 24 horas, é provável que, nos dias 14 e 15 de janeiro, os Estados recebam, de forma proporcional ao quantitativo de crianças, o primeiro lote", informa o pediatra Eduardo Jorge da Fonseca Lima, membro do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e integrante dos comitês de imunização contra o coronavírus no Recife e em Pernambuco.

O médico diz que existe a possibilidade real de, até o fim de fevereiro, ser liberado um quantitativo total de 20 milhões de doses, o que permitirá a aplicação da primeira dose nas crianças elegíveis. "Esperamos que a aceitação pelos pais seja a maior possível e que o Ministério da Saúde negocie com a Pfizer as 20 milhões de doses restantes (referentes à 2ª aplicação) para completar o esquema."

Em nota de repúdio em relação a comentários de autoridades sobre possíveis riscos decorrentes da imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, a SBP reiterou, na última quinta-feira (6), que a vacina previne a morte, a dor, o sofrimento, as emergências e a internação em todas as faixas etárias. "Negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas", frisa o documento da SBP.

 

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Expectativa das crianças para a vacinação contra COVID-19 - FOTO:DAY SANTOS/JC IMAGEM

Para brincar...

Para brincar...

Nestas férias escolares, a academia infantil Grow Happy retoma a tradicional colônia para a garotada de 3 a 10 anos. Localizado na Tamarineira, Zona Norte do Recife, o espaço realiza diariamente oficinas temáticas e lúdicas para as crianças, com foco no desenvolvimento físico, mental e emocional. Com supervisão de monitores e profissionais de educação física, a proposta da Grow Happy oferece brincadeiras, artes, culinária, experiências, música, dança e atividade física. De amanhã até a sexta-feira (14), as crianças podem participar das oficinas de culinária; de 17 a 21 deste mês, a temática é voltada para as artes; de 24 a 28, as atividades trazem o universo dos fidget toys — brinquedos sensoriais que estimulam o bem-estar, auxiliam na destreza, concentração e entretenimento. As famílias podem optar por inscrever as crianças no turno da manhã ou da tarde, em plano diário (R$ 70) ou semanal (R$ 323). Informações: 81 98889-5163 (WhatsApp).

...e se mexer

...e se mexer

O Instituto do Movimento (IM) também está com nova temporada de colônia de férias. Inspiradas na temática de super-heróis, as atividades são disponibilizadas nas unidades da Madalena (Zona Oeste) e da Imbiribeira (Zona Sul), voltadas para crianças de 3 a 12 anos. "Nossa proposta é ir além e estimular uma interação esportiva e humanizada para contribuir com o desenvolvimento pessoal de cada criança. Isso tem dado muito certo, com grande aceitação e adesão dos pais e dos seus filhos", destaca o CEO do Grupo IM, Kadu Lins. Para garantir a segurança, a organização do evento garante que os protocolos sanitários contra a covid-19 são seguidos e monitorados. A unidade da Madalena fica na Rua José Higino, 236; a da Imbiribeira está localizada na Rua Gonçalves de Magalhães, 699 — Recife Tênis Clube. O valor dos planos variam de acordo com cada unidade, e é possível matricular a criança em planos diários, semanais, quinzenal ou mensal. Informações: 81 3019-4409 e 81 3038-0242. Valores a partir de R$ 89 (diária).

H3N2 e otite

H3N2 e otite

Com o aumento de infecções pelo influenza H3N2, os otorrinolaringologistas passaram a receber um volume maior de pacientes com otite (infecção no ouvido). "Nas últimas duas semanas, temos atendido muitos pacientes com dor de ouvido durante ou após o quadro gripal. As emergências públicas e privadas estão cheias de relatos desse tipo. Nunca havia visto uma frequência tão grande, num curto espaço de tempo, de otite", diz a otorrino Ana Maria Correia. A infecção no ouvido é uma das condições mais comuns entre crianças, mas a médica destaca que o quadro tem ocorrido atualmente em todas as faixas etárias. Isso acontece porque o vírus influenza pode favorecer o transporte de bactérias comuns na faringe em direção ao ouvido. Para evitar o problema, Ana Maria orienta que, ao sinal de gripe, as pessoas devem fazer lavagem nasal com soro fisiológico em temperatura ambiente. "Pode-se usar uma seringa e aplicar 20 ml de soro em cada narina. Não se deve pingar remédio no ouvido para aliviar a dor. O importante é procurar orientação médica", frisa.

Suporte

Suporte

O Atende em Casa, que oferta orientações e teleorientação por um profissional de saúde aos pacientes com sintomas de gripe, passa a contar, a partir de amanhã, com um novo grupo de perguntas avaliativas, considerando mais um público prioritário: as crianças até 5 anos, que poderão receber teleatendimento. Outra novidade a ser inserida no sistema é a possibilidade de prescrição de remédios feita por um dos médicos do serviço. "O Atende em Casa tem sido fundamental para diminuir a pressão sobre os nossos serviços de saúde, uma vez que os nossos profissionais conseguem acompanhar os pacientes de forma remota, indicando ou não a necessidade de um atendimento presencial. Realizar essa ampliação na capacidade de atendimento da plataforma e da implantação das novas funcionalidades vai ajudar a melhorar o cenário nas unidades de saúde, evitando que as pessoas se desloquem (aos serviços) de forma desnecessária", destaca a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque.

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