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Hospital das Clínicas da UFPE participa de estudo da OMS no Brasil sobre impacto da covid-19 na gestação

Proposta é determinar se a infecção pelo coronavírus durante a gestação aumenta o risco de desenvolvimento de problemas de saúde na mulher ou no recém-nascido

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 04/04/2022 às 13:46 | Atualizado em 04/04/2022 às 13:58
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O Hospital das Clínicas (HC) daUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE) participa de uma pesquisa mundial cujo objetivo é avaliar os impactos da covid-19 em gestantes e seus bebês, a fim de desenvolver estratégias de cuidado materno-infantil.

O estudo é patrocinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e coordenado, no Brasil, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Além do Hospital das Clínicas da UFPE, também participam centros de São Paulo, Minas Gerais, Pará, e Rio Grande do Sul. Pelo menos outros seis países participam da pesquisa: Argentina, Chile, Índia, Bangladesh, Irã e Quênia. 

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"Queremos esclarecer os impactos da infecção pelo vírus na gestação e puerpério, bem como o efeito protetor dos vários tipos de vacinas", explica a médica obstetra Debora Leite, coordenadora local do estudo - DIVULGAÇÃO

A proposta é determinar se a infecção pelo coronavírus durante a gestação aumenta o risco de desenvolvimento de problemas de saúde na mulher ou no recém-nascido. Além disso, o estudo poderá quantificar a taxa de transmissão vertical (da mãe para o bebê, ainda no útero) e pós-natal.

“Intencionamos esclarecer os impactos da infecção pelo vírus na gestação e puerpério, bem como o efeito protetor dos vários tipos de vacinas. Portanto, é importante coletarmos dados referentes tanto aos aspectos da gestação em si como aos aspectos da infecção, como os sintomas que as mulheres tiveram numa eventual infecção pelo coronavírus ou em consequência à vacinação. A compreensão dos desfechos da gravidez (como hipertensão, parto prematuro ou restrição de crescimento do feto) nos ajudará a manejar melhor essas mulheres afetadas pela covid-19”, explica a médica obstetra Debora Leite, coordenadora local do estudo.

Podem participar da pesquisa as gestantes que estejam no pré-natal ou durante o internamento hospitalar, seja na enfermaria de gestação de alto risco ou internadas para o parto no HC. A triagem inicial inclui entrevistas e exames laboratoriais.

Posteriormente, os dados anônimos das participantes serão analisados mediante a comparação entre quatro grupos: mulheres vacinadas que tiveram diagnóstico de covid-19; vacinadas que não tiveram covid-19; não vacinadas que tiveram covid-19; e não vacinadas que não tiveram covid-19.

Além disso, após o parto, os pesquisadores coletam sangue do cordão umbilical para realização de exames e fazem ainda a biópsia da placenta, com envio do material para análise histopatológica.

O Hospital das Clínicas da UFPE foi o único do Nordeste a ser selecionado para participar desta pesquisa.

Em Pernambuco, a pesquisa teve início em janeiro de 2022. Segundo Debora Leite, até o momento, foram convidadas mais de 100 participantes, e a meta é incluir cerca de 300 gestantes e puérperas.

De forma preliminar, os pesquisadores já sabem que a infecção pelo coronavírus não parece estar ligada a um risco de malformação fetal, e que a transmissão da doença da mãe para o bebê se mostrou um evento possível, porém raro e geralmente sem gravidade para a saúde da criança. Também já foi constatada a segurança para a amamentação.

No Brasil, os pesquisadores contam com o investimento inicial de US$ 220 mil da OMS. A verba é usada principalmente para preparar as maternidades e equipes do estudo.

A previsão é receber US$ 800 mil adicionais da OMS ao longo dos próximos dois anos, a fim de acompanhar gestantes e bebês no pré-natal, parto e puerpério (seis semanas após o parto).

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