DOR DE CABEÇA: veja os 3 principais tipos, tratamentos, causas e como aliviar o incômodo
A dor de cabeça é frequente na população: mais de 95% alegam que já passaram pelo incômodo
Existem de 150 a 200 tipos de dor de cabeça, segundo a atual classificação da Sociedade Internacional de Cefaleia.
Cefaleia é o termo técnico para dor de cabeça. É importante entender como ela pode se manifestar. Além disso, saber descrevê-la ajuda o médico a prescrever o melhor tratamento.
Quando falamos sobre dor de cabeça, estamos nos referindo a uma condição pela qual mais de 95% das pessoas passaram em algum momento da vida - ou passam ou passarão.
Quais são os principais tipos de dor de cabeça?
- Cefaleia tensional: Provoca dores que dão a sensação de cabeça pesada, apertada ou pressionada. Geralmente é uma dor fraca ou moderada que não impede a realização de atividades do dia a dia e não aparece junto a outros sintomas. As causas podem ser estresse, ansiedade e depressão. O tratamento geralmente é feito com medicamentos.
- Cefaleia em salvas: É menos comum do que a dor de cabeça tensional. O sinal mais importante é uma dor intensa, que aparece à noite, de um lado só ou em torno dos olhos. Pode durar poucos minutos ou horas. Algumas pessoas podem ficar com os olhos avermelhados e lacrimejando, além de pálpebra caída do lado que tem a dor. As causas podem ser problemas na região do cérebro conhecida como hipotálamo. O tratamento preventivo é feito com medicamentos.
- Enxaqueca: É uma dor de cabeça crônica, que geralmente começa com uma dor latejante em um dos lados, que vai aumentando aos poucos. Além da dor, a pessoa pode ter fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (aversão ao som). Em alguns casos, ficar com a visão turva ou enxergar pontos luminosos pode indicar uma crise (chamada de enxaqueca com aura), que pode provocar náuseas e vômitos.
Seja acompanhada de aura ou qualquer desconforto, a dor de cabeça causa mal-estar e atrapalha a qualidade de vida. Quem se percebe nessa descrição certamente está longe, mas muito longe, de ser um dos poucos que se queixam das crises.
É importante não se automedicar ou se autodiagnosticar diante de qualquer tipo de dor de cabeça. O recomendado é procurar orientação médica.
DOR DE CABEÇA FORTE
Os resultados de uma pesquisa da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) atestam que a dor de cabeça é frequente e, para muita gente, persistente – ou seja, parece não ter prazo para acabar.
Das 2.318 pessoas que participaram do levantamento, 97% alegam que passaram pelo incômodo no último ano.
Entre aqueles que sofrem com enxaqueca (um dos tipos mais comuns de dor de cabeça), dois dados da pesquisa da ABN chamam a atenção: 966 padecem de incômodos crônicos, que dão as caras mais do que 15 dias por mês. Desse grupo, 721 abusam dos analgésicos – um hábito perigoso e que funciona como uma faca de dois gumes.
QUE FAZER PARA ALIVIAR DOR DE CABEÇA: veja entrevista
O que acontece se tomar vários remédios para dor de cabeça?
"O uso excessivo de medicações analgésicas é hoje a principal causa da enxaqueca crônica. As pessoas costumam tomar esses medicamentos, aumentam as doses, depois vão trocando os tipos, pedem dicas sobre os produtos mais potentes a amigos, parentes e balconistas de farmácia", explica o neurologista Igor Bruscky.
"Quando chegam ao médico, a dor já aparece diariamente, e a lista de analgésicos que não surte mais efeito é enorme", acrescenta o médico.
O ideal é que todas as pessoas com dor de cabeça passem por avaliação médica. "Existem inúmeras causas para esse incômodo", avisa Igor.
A advertência do neurologista é fundamental para se compreender como o problema é complexo e merece ser tratado de forma adequada.
O que fazer para aliviar a dor de cabeça?
Um material do neurologista e professor Denis Bernardi Bichuetti, publicado no site da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), traz algumas orientações para quem precisa aliviar a dor de cabeça.
Segundo Denis Bernardi Bichuetti, 50% da chance de melhora de uma dor de cabeça recorrente ou crônica dependem de mudanças e disciplina do estilo de vida. Essa atitude deve ser colocada em ação, independentemente ou não da decisão de uso de um medicamento preventivo.
O que significa dormir e acordar com dor de cabeça?
Sono: é preciso dormir de forma regular ao longo da semana e fins de semana. Afinal, a privação do sono e dormir além do habitual podem provocar crises.
Há dor de cabeça por estresse?
O estresse em excesso também pode provocar crises. Assim, é importante saber controlar as atividades do dia a dia, assim como ter uma rotina balanceada entre trabalho, lazer e família.
Quais os alimentos que causam dor de cabeça?
Alimentação: regularidade alimentar é muito importante. Recomenda-se comer de três em três horas ou de quatro em quatro horas, além de evitar jejum prolongado.
Alguns dos alimentos abaixo podem desencadear crises. Então, vale observar se algum deles (ou o excesso) provocam crises de dor de cabeça, segundo Denis Bernardi Bichuetti. Confira:
- Café: evite mais de duas a três doses por dia (expresso é pior que coado);
- Chocolate (quanto mais concentrado o cacau, pior);
- Queijos amarelos: prato, mussarela, cheddar;
- Chás, em especial preto e mate;
- Embutidos: salsichas, linguiças, defumados;
- Alguns enlatados: molho de tomate pronto e conservas.
Dor de cabeça em todas as faixas etárias
A dor de cabeça pode aparecer em qualquer fase da vida, especialmente em adolescentes e adultos jovens. "As crianças podem ter formas de enxaqueca que se manifestam diferente (sem dor de cabeça), com sintomas como tonturas, torcicolo e dor abdominal", destaca o neurologista Igor Bruscky.
O neurologista acrescenta que, em idosos, a cefaleia é sempre um sinal de alerta. "É pouco provável um
caso de enxaqueca iniciar após os 60 anos de idade."
Ele salienta que as viroses geralmente são acompanhadas de dor de cabeça, mas com quadro clínico diferente da enxaqueca. "Geralmente, nas viroses, sentimos uma sensação de peso na região frontal e na face. A enxaqueca se caracteriza por uma dor pulsátil e forte em um dos lados da cabeça, com náusea, vômito e intolerância à luz e ao barulho."
Atividade física regular pode auxiliar na prevenção de crises. É recomendável a realização de, pelo menos, 30 minutos, três vezes na semana.