COVID-19

NOVA ONDA COVID: Atrasados da vacina são maioria entre os INTERNADOS em Pernambuco, diz Secretaria de Saúde

Dados continuam demonstrando a importância de se vacinar contra a covid-19, diz secretário André Longo

Cinthya Leite
Cadastrado por
Cinthya Leite
Publicado em 18/11/2022 às 16:40 | Atualizado em 18/11/2022 às 18:24
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Dados dos pacientes internados com quadros graves da covid-19 em Pernambuco mostram que 23% (12) não se vacinaram - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Leitura:

Nesta nova onda da covid-19, impulsionada por novas subvariantes, de cada dez pacientes internados em decorrência do agravamento pela infecção em Pernambuco, seis não estavam em dia com as doses da vacina disponíveis no calendário de proteção contra a doença. 

Esse é o resultado de um estudo divulgado, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), na tarde desta sexta-feira (18).

Atualmente, segundo o painel de leitos da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag-PE), 783 dos 1.088 leitos públicos (enfermaria e unidade de terapia intensiva - UTI) estão com pacientes que apresentam síndrome respiratória aguda grave (srag), o que representa uma taxa de ocupação de 72%. Nesse universo de pacientes hospitalizados, estão os que desenvolveram srag por covid e também aqueles que têm srag por outras causas. 

Já para o estudo, a SES analisou 52 pacientes que desenvolveram quadro de síndrome respiratória aguda grave (srag) provocado pela covid-19 nas duas últimas semanas epidemiológicas (45 e 44), que corresponde ao período entre 30 de outubro e 12 de novembro.

Dos 52 casos, 84% (44) eram pacientes residentes em cidades da 1ª Regional de Saúde (Geres), que compreende a Região Metropolitana do Recife (RMR).

Os outros registros eram pacientes residentes na 2ª Geres (sede em Limoeiro – 1 caso); 3ª Geres (sede em Palmares – 2 casos); 4ª Geres (sede em Caruaru – 1 caso); 7ª Geres (sede em Salgueiro – 1 caso); 10ª Geres (sede em Afogados da Ingazeira – 1 caso) e 11ª Geres (sede em Serra Talhada – 2 casos).

Ainda de acordo com os dados dos pacientes internados com quadros graves da covid-19 em Pernambuco, 23% (12) não se vacinaram; um (2%) só havia tomado uma dose do imunizante; nove (17%) apenas duas doses; 11 (21%) haviam tomado a 1ª dose de reforço, mas eram da faixa etária elegível para a 4ª dose.

Além disso, 19 pacientes (36,5%) estavam com vacinação contra a covid-19 em dia.

No entanto, todos estes 19 casos eram idosos, sendo 89% (17) pessoas acima dos 80 anos de idade.

Além disso, entre os que estavam com esquema completo, 84% tinham relato de comorbidades na notificação.

"Os dados continuam demonstrando a importância de se vacinar contra a covid-19 e com todas as doses disponíveis. A vacinação, que é segura e eficaz, continua sendo a principal forma de proteção contra as formas graves da doença”, destaca o secretário Estadual de Saúde, André Longo.

O secretário ainda reforça a necessidade de adoção de cuidados e a preocupação da pasta, especialmente, com os mais idosos.

"Nesse momento de aumento da positividade para a doença e maior circulação viral, motivada pelas novas subvariantes da ômicron, alertamos para a importância do reforço nos cuidados com uso de máscara, especialmente para os idosos e as pessoas que têm comorbidades", orienta Longo. 

"Os dados que apresentamos corroboram que, nos idosos, o envelhecimento imunológico do organismo, que chamamos de imunossenescência, impacta fortemente na proteção. Inclusive, já estamos discutindo em nosso comitê técnico a adoção de uma nova dose de reforço para o grupo acima dos 80 anos, como forma de alavancar a quantidade de anticorpos no organismo, garantindo novamente uma proteção mais robusta", acrescenta André Longo.

NOVA ONDA COVID: CASOS GRAVES 

Nesta semana epidemiológica de número 46, iniciada no dia 13 de novembro e que termina amanhã, Pernambuco já confirmou 42 pacientes que desenvolveram quadro de síndrome respiratória aguda grave (srag) provocado pela covid-19

A última vez que Pernambuco teve número semelhante fim na semana epidemiológica de número 31, entre o fim de julho e início de agosto deste ano, quando foram confirmados 34 casos de srag por covid-19. 

O dado atual de srag provocado pelo coronavírus, apesar de representar um aumento após semanas em baixa, chama a atenção e requer monitoramento das autoridades sanitárias, mas está longe da situação de gravidade vivida em ondas anteriores da pandemia

No início deste ano, o Estado registrou quase 600 pacientes com srag por covid-19 na semana epidemiológica 5, entre o fim de janeiro ao início de fevereiro.

Ainda antes, em meados de maio e junho de 2021 (quando a vacinação já havia iniciado, mas beneficiado um percentual mínimo da população), Pernambuco alcançou 1.339 casos de srag por covid-19 numa só semana epidemiológica, a de número 22. 

O Recife acompanha o cenário epidemiológico de Pernambuco. Ou seja, há subida tanto de casos leves como de quadro grave por covid-19, mas o aumento passa longe do que foi alcançado em ondas anteriores da pandemia. 

Na capital pernambucana, foram confirmados 1.484 casos leves e 28 graves (Srag) de covid-19 de 6 a 12 de novembro. Na semana anterior, de 30 de outubro a 5 de novembro, foram 474 confirmações (quadro leve) pela doença, sendo 12 graves. 

"Estamos num tempo completamente diferente hoje. Isso é atribuído à vacinação. Não tem como brigar com essa evidência", diz o pneumologista Alfredo Leite, do Hospital Santa Joana Recife.

"O que acontece atualmente é que, nesta onda provocada pelas novas subvariantes, o número de infectados é grande, pois estamos diante de uma alta transmissibilidade. Então, qualquer 1% de internados, entre o número total de infectados, chamará a atenção", explica. 

NOVA ONDA COVID: ÓBITOS 

Entre 30 de outubro e 12 de novembro, segundo o levantamento da SES-PE, Pernambuco registrou quatro óbitos pela covid-19, todos em pacientes do Grande Recife. 

Entre os pacientes que morreram pela doença no período, dois estavam com doses em atraso (uma só havia tomado duas doses e outro apenas a primeira dose de reforço).

Em três deles, ainda há relato de comorbidades na notificação.

Além disso, dois tinham mais de 85 anos, um era da faixa etária entre 70 e 79 anos; e um tinha entre 50 e 59 anos.

Comentários

Últimas notícias