COVID-19: Aumento de casos de srag por covid é apontado pela Fiocruz
Dados mostram crescimento recente da covid-19 bastante claro em alguns Estados brasileiros
O novo Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) por covid-19.
O levantamento, divulgado na manhã desta sexta-feira (3), é referente à semana epidemiológica 8, que inclui o período de 19 a 25 de fevereiro.
A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 de fevereiro.
Os dados mostram um crescimento recente da covid-19 bastante claro no Estado de São Paulo.
No Amazonas, esse sinal está presente há mais tempo.
Além disso, alguns Estados já começam a apresentar aumento de casos de covid-19 na população idosa.
COVID VACINA
Diante desse cenário, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforça que a adesão à campanha de vacinação contra covid-19, que se iniciou nesta semana, é essencial.
Para enfrentar esse momento de forma mais segura, é fundamental que toda a população esteja em dia com a vacinação contra covid-19, de acordo com as doses recomendados para cada faixa etária.
Além disso, segundo reforça Marcelo Gomes, o reforço dos grupos prioritários, nesta fase de retomada da covid-19, pode evitar que o quadro observado gere um impacto em termos de casos graves, internações e óbitos.
Por outro lado, o pesquisador destaca que esse aumento pode atingir também as demais faixas etárias nas próximas semanas.
"O sinal que se inicia na população idosa é um reflexo de que o vírus pode estar ganhando força novamente, aumentando assim a transmissão", alerta.
O estudo ainda mostra a manutenção de crescimento expressivo de srag entre crianças e adolescentes em Estados de diferentes regiões do Brasil.
TESTE COVID
Os dados laboratoriais ainda não permitem afirmar com clareza qual é o agente infeccioso por trás do aumento na faixa etária de crianças e adolescentes.
Entre os adultos, observa-se interrupção da queda de casos, com algumas unidades federativas já apresentando crescimento sustentado nas últimas semanas.
COVID ENTRE OS VÍRUS RESPIRATÓRIOS
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A; 2,7% para influenza B; 26,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 52,1% para o coronavírus.
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de 3,2% para influenza A; 1,6% para influenza B; 2,4% para VSR; e 92,1% para o coronavírus.
COVID-19: VEJA ONDE HÁ AUMENTO RECENTE DE CASOS
Das 27 unidades federativas, 16 apresentam crescimento de srag na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana epidemiológica de número 7 (12 a 18 de fevereiro): Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
No Amazonas e em São Paulo, observa-se aumento em praticamente todas as faixas etárias analisadas.
No Amazonas, o crescimento de covid-19 está aliado ao aumento simultâneo de influenza A (gripe), embora em menor intensidade.
Já em São Paulo, observa-se crescimento de covid-19 na população adulta, enquanto o quadro entre crianças e adolescentes ainda não é possível identificar a causa específica a partir dos dados laboratoriais inseridos no sistema de notificação até o momento.
Em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, o aumento de casos de srag está concentrado em crianças e adolescentes.
Assim como em São Paulo, os dados laboratoriais não permitem identificar a causa associada a esse aumento.
No Ceará e Rio de Janeiro, também há aumento na população a partir de 80 anos, possivelmente associado à covid-19.
No Amapá, Pará e Roraima, o sinal observado ainda é compatível com cenário de oscilação em período de baixo volume de casos, embora o aumento no Amazonas sirva de alerta para os estados da mesma região.
COVID-19: CAPITAIS APRESENTAM AUMENTO RECENTE DE CASOS DE COVID-19
Dezoito das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até o mesmo período: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
Assim como na análise estadual, Marcelo Gomes explica que a avaliação sugere que, em algumas das faixas etárias, trata-se apenas de oscilação natural em período de baixo volume de casos, sem apresentar um sinal consistente de alta, ou crescimento expressivo concentrado apenas na população infantil.
Algumas poucas capitais apresentam crescimento recente na população idosa, potencialmente associado à covid-19.
*Com informações de Lidiane Nóbrega, da Agência Fiocruz de Notícias