DIABETES

Qual a taxa de glicose normal na gravidez? Entenda exame de curva glicêmica

Saiba quando taxa da glicose na gravidez pode indicar diabetes gestacional

Imagem do autor
Cadastrado por

Flávio Oliveira

Publicado em 30/01/2024 às 7:51
X

A avaliação da glicemia em jejum, também conhecida como exame de glicose, desempenha um papel crucial na detecção da hiperglicemia durante a gestação. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes mellitus gestacional (DMG) pode acarretar complicações a curto e longo prazo tanto para a mãe quanto para o bebê.

Essas complicações obstétricas abrangem desde parto prematuro até pré-eclâmpsia, enquanto o bebê pode apresentar tamanho excessivo, além de complicações como hipoglicemia e desconforto respiratório. É fundamental destacar que mulheres diagnosticadas com DMG possuem um maior risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 (DM2), e seus filhos têm uma probabilidade elevada de desenvolver obesidade e DM2 ao longo da vida.

Tipos de diabetes durante a gestação

Surpreendentemente, a primeira oportunidade de rastreamento para o diabetes frequentemente ocorre durante o pré-natal. Isso explica por que é comum detectar hiperglicemia pela primeira vez durante a gestação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a doença em duas categorias:

  • Diabetes mellitus (DM), diagnosticado durante a gestação, mas que se desenvolveu previamente.
  • Diabetes mellitus gestacional (DMG), que se desenvolve especificamente durante a gestação.

Importância do exame de glicose

A pesquisa do diabetes durante o pré-natal contribui para reduzir o risco de anomalias congênitas no bebê. Além disso, os resultados alertam sobre a necessidade de rastreamento e, se necessário, tratamento de complicações relacionadas ao diabetes em mulheres que, até então, não tinham conhecimento da doença.

É relevante observar que o diabetes gestacional é a forma mais comum de hiperglicemia na gravidez, caracterizada pela presença de níveis elevados de açúcar no sangue.

Realização do exame de glicose na gravidez

O exame de glicemia em jejum é solicitado na primeira consulta do pré-natal, utilizando uma amostra de sangue venoso. Esse tipo de exame é projetado para diagnosticar tanto o diabetes anterior à gestação quanto o diabetes gestacional em estágios iniciais.

De acordo com as diretrizes da SBD:

  • Gestantes com glicemia
  • Gestantes com glicemia 92 mg/dL e 125 mg/dL são diagnosticadas com diabetes gestacional.
  • Gestantes com glicemia 126 mg/dL são diagnosticadas com diabetes adquirida antes da gestação.

Para gestantes com glicemia normal, é suficiente realizar o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) entre a 24ª e a 28ª semanas. Para aquelas diagnosticadas com diabetes, seja gestacional ou anterior à gestação, o tratamento para controle glicêmico deve ser iniciado imediatamente.

Adicionalmente, na primeira consulta, quando não há diagnóstico prévio de diabetes, o obstetra pode solicitar a hemoglobina glicada (HbA1c). Nesse contexto, o teste tem o propósito de diagnosticar o diabetes prévio à gestação ou avaliar o risco de desenvolver diabetes gestacional.

Os valores da hemoglobina glicada são interpretados da seguinte forma:

  • Normal, quando <5,7%.
  • Risco aumentado para diabetes gestacional, quando 5,7% e 6,4%.
  • Diagnóstico de diabetes prévio à gestação, quando 6,5%.

Gestantes com hemoglobina glicada normal ou com risco aumentado para diabetes gestacional devem realizar o TOTG entre a 24ª e a 28ª semanas. Aquelas diagnosticadas com diabetes prévio precisam iniciar a terapia para controle glicêmico.

Causas do diabetes gestacional

As causas do diabetes gestacional são diversas, e entre os principais fatores de risco estão:

  • Idade materna avançada.
  • Sobrepeso e obesidade.
  • Ganho excessivo de peso durante a gravidez.
  • Histórico familiar de diabetes.
  • Comorbidades associadas à resistência insulínica (como hipertensão arterial e síndrome dos ovários policísticos).
  • Histórico de abortos repetidos.
  • Histórico de diabetes gestacional em gestações anteriores.

Outros fatores, como deficiência de vitamina D, distúrbios do sono e menarca precoce, também podem estar associados ao desenvolvimento do diabetes gestacional.

Controle glicêmico durante a gravidez

Uma vez diagnosticado, o diabetes gestacional persiste até o final da gravidez. No entanto, com um pré-natal adequado, é possível minimizar o risco de complicações. Além de mudanças na dieta, a prática regular de atividades físicas é fundamental, desde que não haja contraindicações médicas.

É necessário avaliar o quadro no pós-parto?

Na maioria das mulheres que tiveram diabetes gestacional, os níveis glicêmicos tendem a normalizar-se rapidamente após o parto. No entanto, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 ou intolerância à glicose permanece elevado, e a puérpera deve ser avaliada.

A reclassificação do estado glicêmico é feita após seis semanas, utilizando os critérios adotados para a população em geral. O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) é considerado o exame padrão ouro nesse contexto, enquanto a dosagem de hemoglobina glicada não é validada para o puerpério.

Fonte: Materno Fetal

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

Tags

Autor