Qual a taxa de glicose normal na gravidez? Entenda exame de curva glicêmica
Saiba quando taxa da glicose na gravidez pode indicar diabetes gestacional
A avaliação da glicemia em jejum, também conhecida como exame de glicose, desempenha um papel crucial na detecção da hiperglicemia durante a gestação. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes mellitus gestacional (DMG) pode acarretar complicações a curto e longo prazo tanto para a mãe quanto para o bebê.
Essas complicações obstétricas abrangem desde parto prematuro até pré-eclâmpsia, enquanto o bebê pode apresentar tamanho excessivo, além de complicações como hipoglicemia e desconforto respiratório. É fundamental destacar que mulheres diagnosticadas com DMG possuem um maior risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 (DM2), e seus filhos têm uma probabilidade elevada de desenvolver obesidade e DM2 ao longo da vida.
Tipos de diabetes durante a gestação
Surpreendentemente, a primeira oportunidade de rastreamento para o diabetes frequentemente ocorre durante o pré-natal. Isso explica por que é comum detectar hiperglicemia pela primeira vez durante a gestação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a doença em duas categorias:
- Diabetes mellitus (DM), diagnosticado durante a gestação, mas que se desenvolveu previamente.
- Diabetes mellitus gestacional (DMG), que se desenvolve especificamente durante a gestação.
Importância do exame de glicose
A pesquisa do diabetes durante o pré-natal contribui para reduzir o risco de anomalias congênitas no bebê. Além disso, os resultados alertam sobre a necessidade de rastreamento e, se necessário, tratamento de complicações relacionadas ao diabetes em mulheres que, até então, não tinham conhecimento da doença.
É relevante observar que o diabetes gestacional é a forma mais comum de hiperglicemia na gravidez, caracterizada pela presença de níveis elevados de açúcar no sangue.
Realização do exame de glicose na gravidez
O exame de glicemia em jejum é solicitado na primeira consulta do pré-natal, utilizando uma amostra de sangue venoso. Esse tipo de exame é projetado para diagnosticar tanto o diabetes anterior à gestação quanto o diabetes gestacional em estágios iniciais.
De acordo com as diretrizes da SBD:
- Gestantes com glicemia
- Gestantes com glicemia 92 mg/dL e 125 mg/dL são diagnosticadas com diabetes gestacional.
- Gestantes com glicemia 126 mg/dL são diagnosticadas com diabetes adquirida antes da gestação.
Para gestantes com glicemia normal, é suficiente realizar o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) entre a 24ª e a 28ª semanas. Para aquelas diagnosticadas com diabetes, seja gestacional ou anterior à gestação, o tratamento para controle glicêmico deve ser iniciado imediatamente.
Adicionalmente, na primeira consulta, quando não há diagnóstico prévio de diabetes, o obstetra pode solicitar a hemoglobina glicada (HbA1c). Nesse contexto, o teste tem o propósito de diagnosticar o diabetes prévio à gestação ou avaliar o risco de desenvolver diabetes gestacional.
Os valores da hemoglobina glicada são interpretados da seguinte forma:
- Normal, quando <5,7%.
- Risco aumentado para diabetes gestacional, quando 5,7% e 6,4%.
- Diagnóstico de diabetes prévio à gestação, quando 6,5%.
Gestantes com hemoglobina glicada normal ou com risco aumentado para diabetes gestacional devem realizar o TOTG entre a 24ª e a 28ª semanas. Aquelas diagnosticadas com diabetes prévio precisam iniciar a terapia para controle glicêmico.
Causas do diabetes gestacional
As causas do diabetes gestacional são diversas, e entre os principais fatores de risco estão:
- Idade materna avançada.
- Sobrepeso e obesidade.
- Ganho excessivo de peso durante a gravidez.
- Histórico familiar de diabetes.
- Comorbidades associadas à resistência insulínica (como hipertensão arterial e síndrome dos ovários policísticos).
- Histórico de abortos repetidos.
- Histórico de diabetes gestacional em gestações anteriores.
Outros fatores, como deficiência de vitamina D, distúrbios do sono e menarca precoce, também podem estar associados ao desenvolvimento do diabetes gestacional.
Controle glicêmico durante a gravidez
Uma vez diagnosticado, o diabetes gestacional persiste até o final da gravidez. No entanto, com um pré-natal adequado, é possível minimizar o risco de complicações. Além de mudanças na dieta, a prática regular de atividades físicas é fundamental, desde que não haja contraindicações médicas.
É necessário avaliar o quadro no pós-parto?
Na maioria das mulheres que tiveram diabetes gestacional, os níveis glicêmicos tendem a normalizar-se rapidamente após o parto. No entanto, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 ou intolerância à glicose permanece elevado, e a puérpera deve ser avaliada.
A reclassificação do estado glicêmico é feita após seis semanas, utilizando os critérios adotados para a população em geral. O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) é considerado o exame padrão ouro nesse contexto, enquanto a dosagem de hemoglobina glicada não é validada para o puerpério.
Fonte: Materno Fetal
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